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Governo francês prepara alta de impostos com foco na poluição dos transportes

O jornal francês Les Echos revela nesta sexta-feira (18) que, apesar de se orgulhar de ter baixado a carga tributária no país, o governo prepara um pacote de aumento de impostos com impacto generalizado na população. O argumento da medida será ambiental, ao taxar atividades altamente emissoras de gases de efeito estufa, como os transportes.

Usuários de autoestradas francesas devem ser alvo de novo imposto planejado pelo governo do país. (29 de julho de 2023)
Usuários de autoestradas francesas devem ser alvo de novo imposto planejado pelo governo do país. (29 de julho de 2023) AFP - PHILIPPE LOPEZ
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Há quase seis anos, o presidente Emmanuel Macron assumia o compromisso de baixar a carga fiscal no país, chegando a uma queda de € 50 bilhões no primeiro mandato. Neste contexto, a intenção de aplicar novos tributos, como sobre as passagens aéreas, se anuncia polêmica.

“As medidas traduzem o ‘esverdeamento’ da carga fiscal, prometido pelo governo, mas também uma cruzada contra os lucros das concessionárias nas estradas”, explica Les Echos.

Assim, para poder arrecadar mais das companhias que administram as estradas, Paris não conseguirá evitar repercutir a cobrança também dos motoristas. Além disso, os critérios dos impostos adicionais sobre emissões de CO2 e peso dos veículos devem ser ampliados, de olho nas SUVs.

Já nas passagens aéreas, o ‘ecoimposto’ deve focar os usuários de primeira classe e classe executiva, com a expectativa de recolher € 100 milhões já no próximo ano. Os recursos, antecipa o ministro dos Transportes, Clément Beaune, devem ser direcionados para desenvolver a malha ferroviária francesa, uma vez que o uso de trens gera menor impacto ambiental do que outros meios de transportes.

Caminhoneiros ficam de fora

Já os termos mais delicados politicamente, como acabar com vantagens fiscais concedidas aos transportes rodoviários de carga – ou seja, os caminhoneiros  – ficarão em stand by por enquanto. Tudo que Macron menos deseja neste momento seria desencadear uma nova crise social, salienta Les Echos.

Nada disso seria necessário se as contas públicas francesas não estivessem em uma situação preocupante, depois dos gastos extraordinários com a pandemia de Covid-19. O Ministério da Economia busca formas de baixar a dívida do país, que ultrapassou perigosamente os € 3 trilhões no primeiro trimestre, chegando a 112% do PIB.

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