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Protestos na França: ministro da Justiça promete sanções contra pais de baderneiros

Diante dos protestos que tomam conta de várias cidades da França desde a noite de terça-feira (27), o ministro da Justiça francês, Eric Dupond-Moretti, informou em um documento interno, que circulou nesta sexta-feira (30), que a resposta do governo aos tumultos será "rápida, firme e sistemática". Ele prevê sanções para os menores baderneiros, mas também para seus pais.

Eric Dupond-Moretti, ministro francês da Justiça, promete sanções contra os autores de vandalismo durante os protestos e, no caso dos menores, não exclui punir os pais.
Eric Dupond-Moretti, ministro francês da Justiça, promete sanções contra os autores de vandalismo durante os protestos e, no caso dos menores, não exclui punir os pais. © Gonzalo Fuentes / AP
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Segundo o ministro, o controle de identidade e veículos poderá ser sistemático, mesmo na ausência de um comportamento suspeito. O governo espera confiscar armas, explosivos e outros produtos que possibilitem a preparação de coquetéis Molotov, por exemplo, antes das manifestações.

Para os autores dos tumultos que não serão julgados imediatamente, ele pede, nos casos mais graves, que sejam decretadas prisões preventivas ou proibição de participar dos protestos. No caso de menores, antes do julgamento, o governo poderá ainda decretar que os adolescentes acusados de violência sejam colocados em instituições, ou impedidos de sair a partir de um certo horário. 

A circular insiste, como disse o presidente francês, Emmanuel Macron, na responsabilidade dos pais. Dupond Moretti lembrou que os pais podem ser alvo de várias sanções, como multas, ou a obrigação de frequentar "um estágio de responsabilidade."

O governo francês cogita decretar que os adolescentes acusados de violência durante os protestos sejam colocados em instituições, ou impedidos de sair a partir de um certo horário.
O governo francês cogita decretar que os adolescentes acusados de violência durante os protestos sejam colocados em instituições, ou impedidos de sair a partir de um certo horário. AP - Michel Euler

O ministro da Justiça frisou que os adultos também são responsáveis pelas infrações cometidas pelos filhos, e podem ter que pagar pelos estragos, além de serem alvo de processos.

O que desencadeou os protestos na França

Os protestos violentos começaram na terça-feira (27) nos arredores de Paris e se espalharam pelo país após a morte no mesmo dia de Nahel, um rapaz de 17 anos, baleado à queima-roupa por um policial durante um controle de trânsito em Nanterre, a oeste da capital.

Um vídeo publicado nas redes sociais, cuja autenticidade foi comprovada, mostra o momento em que um agente aponta uma arma para o motorista, que dirigia sem carteira de habilitação. Em seguida, o jovem acelera e o policial atira, o atingindo no tórax. O veículo avança por alguns metros, antes de colidir com um poste. Nahel morreu em poucos minutos, apesar da intervenção do Samu.

Nesta quinta-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva por homicídio doloso do policial de 38 anos suspeito de ter atirado no adolescente, segundo o Ministério Público, que considerou que o uso de sua arma não foi legalmente justificável.

Seu advogado garantiu que o agente pediu perdão à família e que estava "extremamente comovido" com a violência do vídeo veiculado com o ocorrido.

A polícia francesa é frequentemente acusada de uso exagerado da força em manifestações, mas também em algumas blitz. Vários episódios de violência cometidos por policiais foram denunciados nos últimos anos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou nesta sexta-feira "a instrumentalização inaceitável da morte de um adolescente", e anunciou "mais recursos" para conter a onda de tumultos na França.

(Com informações da AFP)

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