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Sem carros de som em prol da ecologia, Parada Gay de Paris reúne milhares contra a violência homofóbica

Paris sediou sua marcha do Orgulho LGBTQIA+ neste sábado (24), com um slogan deplorando a violência generalizada contra a comunidade queer na França. Seis jovens menores de idade foram presos pouco antes da Parada Gay na capital francesa por atacarem manifestantes que participavam do evento.

"O amor não tem gênero" diz o cartaz segurada pela jovem manifestante na Parada Gay de Paris em 24 de junho de 2023.
"O amor não tem gênero" diz o cartaz segurada pela jovem manifestante na Parada Gay de Paris em 24 de junho de 2023. AFP - JULIEN DE ROSA
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Uma densa multidão começou a se reunir na Praça da Nação ao meio-dia, hora local (7h do Brasil), ao som de tambores e entre os muitos estandes de bandeiras do arco-íris, que são o sinal de união da manifestação LGBTQIA+.

O "orgulho" parisiense ganhou corpo atrás do único caminhão de som presente, com a faixa trazendo o slogan, entre amargura e ironia, fazendo referência à uma década da aprovação do casamento gay na França: "Há dez anos, casamento para todos, desde sempre, violência para todos".

Elisa Koubi, copresidente da organização Inter-LGBT, que organizou a marcha, havia declarado anteriormente que "o casamento para todos pôs fim à desigualdade, mas não tornou todas as pessoas LGBTQIA+ na França serenas".

Ao meio-dia, seis jovens foram presos em Paris por atacarem uma mulher que segurava uma bandeira do arco-íris enquanto participava da marcha do Orgulho Gay, informou uma fonte policial. Eles a empurraram e fizeram comentários homofóbicos.

 Todos eram menores de idade, e um deles era conhecido por pertencer a grupelhos de extrema direita, acrescentou a fonte.

Uma enorme bandeira do arco-íris é erguida durante a Parada do Orgulho Gay anual, em Paris, em 24 de junho de 2023.
Uma enorme bandeira do arco-íris é erguida durante a Parada do Orgulho Gay anual, em Paris, em 24 de junho de 2023. AFP - JULIEN DE ROSA

Comunidade Gay sob ataque 

Vários centros LGBTQIA+ também foram recentemente alvo de danos ou ataques no país, e o governo francês deverá apresentar em breve um plano para combater a violência anti-LGBTQIA+ de forma mais eficaz.

 Entre o público, que incluía um grande número de jovens, Julie, de 17 anos, justificou sua primeira participação na Parada Gay de Paris pela "necessidade de apoiar a causa (...) pelo direito de ser você mesmo".

Sua amiga Flávia, de 17 anos, também se descreveu como "omnisexual [que se sente atraída por todos os gêneros] com preferência por homens" e explicou que havia sido "submetida a assédio na escola" por alunos devido à sua suposta orientação homossexual.

 O desfile começou no início da tarde, com um show de percussão e uma variedade estonteante de trajes, desde o simples calção de banho de um membro do clube de rúgbi LGBTQIA+, o "Les coqs festifs", até as fantasias de carnaval da comunidade afro-caribenha.

Meio Ambiente

 Projetado para ser "eco-responsável", o evento incluiu um pequeno caminhão de som e, acima de tudo, uma bateria de bicicletas elétricas e tuk-tuks para carregar faixas e alto-falantes.

 A única concessão ao mundo de antigamente foi o grande palco de som para um show no final do percurso na Praça da república, que já atraía multidões no meio da tarde, mesmo antes da chegada da parada.

 Outras marchas do orgulho também ocorreram na França neste sábado, incluindo uma em Dijon, com a participação de 2.000 a 2.500 pessoas, de acordo com o delegado, Franck Robine, que em um comunicado à imprensa "condenou" os "danos inaceitáveis" causados à margem do evento.

No centro da cidade, segundo ele, "várias pessoas estavam pichando e danificando lojas e bancos e gritando slogans contra a polícia", e duas pessoas foram presas. O delegado de Dijon lamentou "o fato desse evento ter sido usado dessa forma por esses atos, que são inaceitáveis em uma democracia em que a liberdade de manifestação é um valor essencial que deve ser preservado".

(Com AFP)

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