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LGBTQIA+: atletas trans enfrentam 'corrida de obstáculos' por seus direitos

Na semana em que é celebrado o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, os jornais franceses desta sexta-feira (19) trazem reportagens sobre os dez anos do "Casamento para Todos" na França, os desafios das atletas transgêneros e o escândalo causado por uma palestra contra a transfobia em uma prestigiosa escola particular de Paris.

Pessoas comemoram o 10º aniversário da promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo na França, também conhecido como "Casamento para Todos", na Prefeitura de Paris, França, em 17 de maio de 2023.
Pessoas comemoram o 10º aniversário da promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo na França, também conhecido como "Casamento para Todos", na Prefeitura de Paris, França, em 17 de maio de 2023. REUTERS - BENOIT TESSIER
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Uma família formada por duas mulheres e suas quatro filhinhas ilustra a capa do Le Monde, que afirma: "Em dez anos, o Casamento para Todos se impôs". A reportagem traz o depoimento de autoridades que celebram as cerimônias, militantes, sociólogos e de muitos casais que puderam dizer o “sim”, desde a promulgação da lei em 2013.

Vincent Autin e Bruno Boileau, primeiro casal a se beneficiar da lei, em Montpellier, afirmam ser difícil separar o aspecto pessoal do caráter excepcional da cerimônia, que foi de "uma dimensão simbólica incontestável".

Para o casal, ratifica Le Monde, mais do que o sucesso de uma história de amor, a união legal foi uma resposta à virulência dos opositores. Um outro casal fala do fim da sensação de estar "fora da lei".

Uma socióloga entrevistada pelo diário francês aponta a importância dessa conquista também para os filhos desses casais, que passaram a ter mais direitos assegurados, com o reconhecimento legal, por exemplo, das chamadas "mães sociais", para o caso de casais de mulheres onde só a mãe biológica tivesse a maternidade reconhecida.

Corrida de obstáculos

As atletas trans, no entanto, nem sempre têm essa história de sucesso para contar. "Atletas transgêneros, a inclusão em questão", destaca na capa o título do Libération. Com a falta de uma legislação comum a todas as federações mundiais, a presença de mulheres trans torna-se ilegal para algumas disciplinas esportivas. Uma situação discriminatória e politizada de que diversas atletas são vítimas às vésperas dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

O artigo coloca a conquista do título da ciclista Austin Killips, de 27 anos, no Tour de Gilas, depois de cinco dias de corrida nas montanhas do Novo México, como uma dupla vitória: é a primeira vez na história do ciclismo que uma competidora transgênero ganha uma prova feminina internacional de etapas.

Mas o mérito não é reconhecido por todos, e parte das competidoras acusam Killips de "matar o ciclismo feminino". O diário enumera tantas outras "corridas de obstáculos" impostas às atletas trans.

A publicação lembra outros casos emblemáticos, como o da nadadora americana Lia Thomas, que inaugurou uma polêmica mundial quando ganhou a final de 500 yards (457 metros) de nado livre feminino em um campeonato universitário em Atlanta, em 2022.

“Militantismo trans”

Fora das pistas, quadras e piscinas, a intolerância chega às escolas. Le Figaro descreve a polêmica causada por uma palestra de prevenção contra a transfobia em uma escola em Paris que teria “escandalizado” parte dos pais, obrigando o diretor a cancelar os próximos eventos previstos para outras turmas.

Indignados com o que classificaram como "propaganda da militantismo trans", esta foi, curiosamente, a única vez que os pais se opuseram a um tema em um ciclo de palestras contra formas de preconceito que já acontecia há quase um ano na escola.

Os pais criticaram um discurso aparentemente radical dos palestrantes, que teriam, inclusive, eventualmente, acusado alguns alunos de transfobia.

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