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Macron é criticado por responsabilizar opositores, e não a si mesmo, por revés em eleições

Os jornais franceses desta quinta-feira (23) analisam o discurso à nação que o presidente Emmanuel Macron fez na noite de ontem (22), três dias depois de perder a maioria parlamentar na Assembleia francesa. No pronunciamento, o líder jogou para os seus opositores a responsabilidade sobre o revés nas eleições legislativas.

O presidente francês, Emmanuel Macron, fez um discurso na quarta-feira (22), três dias após as eleições legislativas que colocaram um fim à maioria absoluta de seu partido na Assembleia Nacional.
O presidente francês, Emmanuel Macron, fez um discurso na quarta-feira (22), três dias após as eleições legislativas que colocaram um fim à maioria absoluta de seu partido na Assembleia Nacional. AFP - LUDOVIC MARIN
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Os editorialistas da grande imprensa nesta manhã não perdoam. Macron precisa “mudar tudo”, dispara o editorial do Figaro. O presidente “provou que não entendeu nada da mensagem que os eleitores enviaram nas urnas, de puni-lo severamente”, constata o Libération.

O editorial do Parisien nota que Macron ainda faz questão de se mostrar “nem vencido, nem abatido”, apesar de agora se ver obrigado a negociar com a oposição para aprovar qualquer medida no Parlamento. A coligação que apoia o Eliseu conta agora com 245 deputados, 44 a menos do que a maioria absoluta e amputada de mais de 100 nomes em relação à legislatura precedente. A união das esquerdas chegou a 131 cadeiras e a extrema direita obteve o resultado inédito de 89 assentos, 11 vezes a mais do que tinha.

Nas páginas do jornal Les Echos, uma analista política ressalta que, em sua fala, o presidente tentou convencer de que promoveria “uma verdadeira mudança de métodos”, mas começou “jogando a responsabilidade sobre bloqueios de governo sobre a oposição”. “É impossível tentar voltar como fênix quando você é cobrado a compartilhar o poder”, alfineta o texto.

“É preciso mudar de tom, antes de mais nada, mas também de espírito e de prática”, destaca o Figaro, antes de insistir para que Macron dissolva o atual gabinete, “da primeira-ministra aos secretários de Estado”, e assim prove que assume a sua parcela de responsabilidade no resultado da votação de domingo (19).

“É como se não houvesse relação entre a derrota de dezenas de deputados macronistas e a atitude do presidente”, critica Libération, antecipando que o risco de bloqueio do país ficou ainda maior depois do discurso da noite passada.

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