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Coronavírus na França: nova onda é impulsionada pelas subvariantes da ômicron

Como muitos países europeus, a França está enfrentando uma nova onda da epidemia de Covid-19, impulsionada em particular por uma subvariante da ômicron, batizada de BA.5.

Uma enfermeira na unidade de terapia intensiva dedicada à COVID-19 do hospital La Timone em Marselha, sul da França, em 31 de dezembro de 2021.
Uma enfermeira na unidade de terapia intensiva dedicada à COVID-19 do hospital La Timone em Marselha, sul da França, em 31 de dezembro de 2021. AP - Daniel Cole
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Na França, a taxa de incidência de casos de Covid-19 aumentou de cerca de 180 por 100.000 habitantes, no final de maio, para 480 no atualmente — uma média de 40.000 casos por dia. O número de hospitalizações está começando a aumentar em nível nacional, mas não de forma homogênea em todos o país.

Por enquanto, esta nova onda de infecções não preocupa "ainda" o professor Frédéric Adnet, médico entrevistado pela RFI. Ele é chefe do departamento de emergência do hospital de Avicenne em Bobigny, perto da capital francesa, e diretor médico do serviço de emergência do Samu de Seine-St-Denis, na Grande Paris.

"Não estamos observando uma onda real da mesma magnitude, nem nos serviços de cuidados intensivos, nem nos departamentos de doenças infecciosas, nem no pronto-socorro. Então, tudo está acontecendo como acontece na população: o vírus está circulando, infectando as pessoas, mas esta nova onda da epidemia não tem nenhum critério de seriedade que ponha em risco — por enquanto — nossas estruturas hospitalares, que estão enfraquecidas pela falta de pessoal", estimou. 

"Bastante confiante"

O médico está "bastante confiante".  "Vejo que em Portugal, que sofreu a mesma onda desta nova subvariante, não houve consequências nos hospitais", continua ele. O país experimentou um aumento acentuado de novos casos em maio, que culminou no início de junho com quase 30.000 infecções por dia. Desde então, a onda começou a recuar", apontou.

A nova onda pode ser explicada por uma combinação de dois efeitos, segundo Mircea T. Sofonea, professora de epidemiologia da universidade de Montpellier. Por um lado, um "declínio imunológico", ou seja, "a proteção conferida por uma infecção ou uma dose de vacina diminui com o tempo". "Por outro lado, a chegada das novas subvariantes da ômicron, como a BA.4 e especialmente a BA.5, que se espalham ainda mais rapidamente, pois parecem ter uma dupla vantagem de contágio e fuga imunológica", detalhou.

Solicitação de uma segunda vacina de reforço 

O principal impacto desta nova onda no serviço de emergência do Hospital Avicenne é que os médicos estão sendo contaminados. "Tenho um verdadeiro foco em meu departamento com vários médicos que estão doentes com sintomas que não são graves, como uma boa gripe, mas que os impedem de trabalhar. Este é um grande obstáculo para o bom funcionamento do departamento. Há escassez de enfermeiros e médicos. E, além disso, as poucas pessoas que nos restam estão ficando doentes. Portanto, estamos em uma situação difícil", explica Adnet.

O governo francês convocou os idosos esta semana para receberem uma segunda vacina de reforço "o mais rápido possível", no contexto de uma "recuperação moderada da epidemia". Um quarto das pessoas elegíveis para a vacina recebeu seu segundo reforço contra o Covid-19, uma taxa "claramente insuficiente", segundo as autoridades da França.

( RFI com agências)

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