França: coalizão da esquerda para eleições legislativas conta com apoio de eleitores progressistas
O jornal Libération dessa quarta-feira (12) traz uma pesquisa de opinião exclusiva que mostra que mais de dois terços (78%) dos simpatizantes da esquerda francesa apoiam a união dos partidos progressistas para as eleições legislativas de junho, consideradas por muitos como o "terceiro turno" da votação que reelegeu Emmanuel Macron por mais cinco anos na presidência.
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Logo depois que os resultados da eleição presidencial foram conhecidos, em 26 de abril, o terceiro colocado, o candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, se lançou em uma cruzada pela união dos partidos de esquerda na França e os ecologistas. Ele se apresentou, inclusive, como candidato ao posto de primeiro-ministro.
A proposta inédita foi considerada pouco realista, já que na França, que tem um sistema semipresidencialista, presidente e primeiro-ministro raramente foram de partidos diferentes.
O chefe de Estado eleito tradicionalmente consegue a maioria da Assembleia Nacional nas eleições legislativas, que renovam o Parlamento após a eleição do novo presidente. Uma maioria de deputados de esquerda no Legislativo francês obrigaria Macron a escolher um governo de oposição, o que é chamado na França de “coabitação”.
Efeito mágico
Mas o próprio Mélenchon avalia que a ideia da candidatura "teve um efeito mágico", segundo afirma nas páginas do Libé. O deputado conseguiu construir uma grande aliança entre comunistas, socialistas, ecologistas e "insubmissos", como são chamados os militantes de seu partido, A França Insubmissa (LFI).
A grande coalizão de esquerda recebeu o nome de Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes) e agora lança vários candidatos às eleições legislativas em toda a França, ameaçando a base de Emmanuel Macron na Assembleia.
Mas o páreo está longe de estar ganho, lembra Libération. De acordo com uma pesquisa do instituto Opinion Way para o jornal Les Echos, os aliados de Emmanuel Macron podem conseguir eleger entre 310 a 350 deputados, ou seja, a maioria absoluta.
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