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França vive "preocupante epidemia de cocaína", alerta jornal

O jornal Le Parisien desta terça-feira (3) traz uma reportagem especial sobre o aumento do consumo de cocaína na França em todas as classes sociais. A situação preocupa a comunidade médica do país, que observa o crescimento de viciados nesta droga, inclusive adolescentes. 

O jornal Le Parisien desta terça-feira (3) destaca o  aumento do consumo da cocaína na França em todas as classes sociais e até mesmo entre adolescentes.
O jornal Le Parisien desta terça-feira (3) destaca o aumento do consumo da cocaína na França em todas as classes sociais e até mesmo entre adolescentes. AFP - EITAN ABRAMOVICH
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Vinda da América do Sul, o preço da cocaína vem baixando ao longos dos últimos dez anos e conquistando novos adeptos, diz o jornal Le Parisien. A cada semana, a polícia francesa prende traficantes nos aeroportos e estações de trem de Paris. Apenas em 2021, duas toneladas da droga chegaram por via aérea no ano passado à capital francesa, 20 toneladas em toda a França.

Segundo a reportagem, depois da maconha, a cocaína é a droga mais consumida pelos franceses, utilizada regularmente por mais de 2 milhões de pessoas, "até mesmo por esportistas de alto nível". Em vinte anos, o número de usuários foi multiplicado por quatro, ressalta a matéria.

Entre a população em geral, a motivação varia entre o uso recreativo, "para fazer festa", diz um consumidor da droga ao Le Parisien, ou para aguentar o ritmo de trabalho, afirma uma diretora de empresa usuária de cocaína.

O diário destaca que se nos anos 1980 a cocaína era reservada à elite, atualmente ela se populariza em todos os meios sociais. A substância é vendida por traficantes em bocas na periferia da capital francesa ou entregue diretamente em casa, após pedidos feitos por grupos no Telegram, que aceitam até pagamento em bitcoin.

Traficantes de cocaína apostam em adolescentes

Em entrevista ao jornal, o presidente da Federação Francesa de Aditivos, Amine Benyamina, confirma que a França vive "uma epidemia de cocaína", preocupando a comunidade médica. No Hospital Paul-Brousse de Villejuif, na periferia de Paris, Benyamina é chefe do serviço de psiquiatria, onde, segundo ele, um a cada dois pacientes com problemas em vício são consumidores desta droga.

O especialista se preocupa particularmente com a chegada da substância às escolas. Segundo ele, seus pacientes mais jovens têm 16, 17 anos. 

O médico explica que o grande problema é não haver tratamento específico para a cocaína. Aditiva, a droga pode provocar rapidamente problemas psiquiátricos, neurológicos e cardiovasculares. No entanto, segundo Benyamina, a substância ainda é vista como uma droga "festiva" e pouco perigosa. 

A expansão do tráfico não parece se limitar à França. Segundo o último relatório da ONU sobre a cocaína, a quantidade da fabricação da droga dobrou no mundo entre 2014 e 2019, chegando a quase 1,8 mil toneladas, o nível mais alto registrado até hoje.

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