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Franceses votam no 2° turno da eleição presidencial; participação tem leve alta

Cerca de 48 milhões de eleitores estão convocados para irem às urnas neste domingo (24), para o segundo turno da eleição presidencial francesa. A participação ao meio-dia local (7h pelo horário de Brasília) era de 26,41%, uma leve alta em relação ao primeiro turno, no último 10 de abril.  

Participação do segundo turno ao meio-dia local neste domingo (24) registrou uma leve alta em relação ao primeiro turno, há duas semanas.
Participação do segundo turno ao meio-dia local neste domingo (24) registrou uma leve alta em relação ao primeiro turno, há duas semanas. AFP - OLIVIER CHASSIGNOLE
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Daniella Franco, da RFI

Os franceses não costumam levantar cedo para ir votar, boa parte da população prefere ir às seções eleitorais no turno da tarde. Há duas semanas, ao meio-dia local, 25,48% dos eleitores haviam votado, 0,93 ponto percentual a menos do que neste domingo. No entanto, a participação caiu dois pontos em relação à última eleição presidencial francesa, em 2017.

De acordo com as sondagens divulgadas por institutos de pesquisas durante a semana, a expectativa era de que a abstenção ultrapassasse 25%. Muitos franceses se dizem decepcionados com o resultado do primeiro turno e afirmam que não votarão hoje por não se reconhecerem em nenhum dos dois candidatos finalistas: o presidente Emmanuel Macron, que tenta se reeleger, e a líder da extrema direita Marine Le Pen. Além disso, esse é um período de recesso escolar em que as famílias costumam tirar férias.

Seção eleitoral no 11° distrito de Paris, na manhã deste domingo (24).
Seção eleitoral no 11° distrito de Paris, na manhã deste domingo (24). © Daniella Franco/RFI

Clima calmo nas primeiras horas

As seções eleitorais abriram às 8h da manhã pelo horário local (3h em Brasília) em toda a França. O clima era relativamente calmo nas primeiras horas de votação na região da Praça da República, no centro-leste de Paris. Os eleitores conseguiam votar rapidamente, sem fazer fila. 

A RFI conversou com vários eleitores do 11° distrito da capital francesa, entre os quais poucos afirmaram ter ido votar por convicção. A maioria dos entrevistados mencionou a necessidade de ir às urnas para não permitir que a extrema direita chegue ao poder.

A eleitora Frédérique: "Não aceito esse discurso xenofóbo e racista de jeito nenhum".
A eleitora Frédérique: "Não aceito esse discurso xenofóbo e racista de jeito nenhum". © Daniella Franco/RFI

É o caso de Frédérique, que chegou cedo à seção eleitoral, um pouco após a abertura, para evitar filas. "De todo o jeito, eu sei que se o candidato em que eu votei vencer, tudo vai continuar como antes, seja no meio ambiente, no desenvolvimento sustentável, no poder aquisitito ou na questão da reforma da previdência. Não acredito em suas promessas eleitorais. Mas também não aceito esse discurso xenofóbo e racista de jeito nenhum", afirma.

Mesmo tom da parte de Camille, que vota à esquerda e diz que chorou com a eliminação de Jean-Luc Mélenchon, candidato do partido França Insubmissa, em quem apostou no primeiro turno. "É a segunda eleição que voto [no segundo turno] em um candidato com quem não me identifico para barrar outro. Mas tenho medo que a extrema direita passe, então, acho que minha obrigação, como cidadã, é impedir que isso aconteça", diz.

A eleitora Camille: "Tenho medo que a extrema direita passe, então, acho que minha obrigação, como cidadã, impedir que isso aconteça".
A eleitora Camille: "Tenho medo que a extrema direita passe, então, acho que minha obrigação, como cidadã, impedir que isso aconteça". © Daniella Franco/RFI

Já Thierry afirma que desde que chegou à idade mínima para o voto, 18 anos, nunca deixou de ir às urnas. Ele lamenta escolher um candidato sem convicção, mas compreende os eleitores que optam pela extrema direita. "É o reflexo do que ocorre na sociedade francesa. Há pessoas que têm muitos problemas no campo sócio-econômico, não faz muito tempo tivemos a crise dos coletes amarelos, por exemplo. Vivemos uma época muito difícil e eu não voto na extrema direita, mas compreendo os motivos de quem vota."

Bertrand, por sua vez, prefere não comentar sobre suas preferências políticas. Para ele, independentemente do candidato, "é importante ir votar". Ele lamenta a previsão de abstenção, sobretudo da parte dos jovens. "Ir às urnas é um dever nosso e é essencial que todos exerçam esse dever. É preciso pensar no futuro, principalmente os jovens. É sobretudo eles que devem se mobilizar".

O eleitor Thierry: "Vivemos uma época muito difícil e eu não voto na extrema direita, mas compreendo os motivos de quem vota".
O eleitor Thierry: "Vivemos uma época muito difícil e eu não voto na extrema direita, mas compreendo os motivos de quem vota". © Daniella Franco/RFI

Resultado da eleição sai às 20h

O segundo balanço da participação dos eleitores será divulgado às 17h locais (meio-dia pelo horário de Brasília). A maioria das urnas fica aberta até as 20h em Paris e nas grandes cidades francesas, 19h nas outras localidades. Os primeiros resultados deste segundo turno da eleição presidencial serão conhecidos às 20h locais (15h de Brasília).

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