Acessar o conteúdo principal

"Putin escolheu a guerra de maneira deliberada", diz Macron em discurso à França

O presidente francês, Emmanuel Macron, lembrou durante seu discurso à nação, em transmissão ao vivo pela televisão nesta quarta-feira (2), que as justificativas para a invasão da Ucrânia vindas de seu homólogo russo, Vladimir Putin, como a "luta contra o nazismo", são "mentiras infames". "No entanto, não estamos em guerra contra a Rússia", sublinhou o chefe de Estado, que admitiu que se trata, entretanto, do "fim de uma época".

O presidente francês Emmanuel Macron durante seu discurso televisivo em 2 de março de 2022.
O presidente francês Emmanuel Macron durante seu discurso televisivo em 2 de março de 2022. © AFP/Ludovic Marin
Publicidade

O presidente francês lembrou, no início de sua alocução de cerca de 15 minutos na noite desta quarta-feira (2), os ataques contra a população ucraniana e as migrações em massa de refugiados para países como a Moldávia e a Polônia.

"Essa guerra é fruto de uma visão revisionista da Europa", acusou Emmanuel Macron. "Tentamos de tudo para impedí-la, ao lado de outros dirigentes europeus, mas não foi possível", afirmou. "Putin escolheu a guerra sozinho e de maneira deliberada", pontuou Macron.

"No entanto, não estamos em guerra contra a Rússia, esse povo europeu maravilhoso que lutou ao nosso lado durante a Segunda Guerra Mundial", disse o chefe de Estado francês, afirmando manter os canais abertos para retomar o diálogo com o "presidente Putin".

Homenagem ao povo ucraniano e a Zelensky

"Os próximos dias provavelmente serão cada vez mais difíceis", disse o chefe de Estado em seu discurso, saudando "a coragem do povo ucraniano que está resistindo sob fogo cerrado". Ele prestou ainda homenagem ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, "a face da honra, liberdade e bravura".

Consequências da guerra para a França

"Nosso crescimento será afetado", disse Macron aos franceses, "a Europa será sacudida por essa guerra", declarou.

"Nossa agricultura, nossa indústria, muitos de nossos setores econômicos estão sofrendo e sofrerão", advertiu também o presidente. "Nosso crescimento será inevitavelmente afetado. O aumento no preço do petróleo, gás e matérias-primas tem e terá conseqüências para o nosso poder de compra.

O presidente francês disse, ainda, que a guerra traz o que chamou de "sinais do fim de uma época". "A democracia não é mais considerada como um regime incontestável, ela é questionada. É um retorno brutal do trágico na História, e, para isso, precisaremos de decisões à altura", sublinhou Macron.

Ele defendeu, ainda, a "independência e soberania da França em relação ao gás russo. "Não podemos depender dos outros para nos defender", disse o presidente francês, destacando a importância do princípio de soberania dos povos.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.