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Ciberataques e fake news: a guerra entre Rússia e Ucrânia é também de informação

Após vários dias de conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, o fogo na frente cibernética nunca foi tão intenso, destaca um artigo no jornal econômico francês Les Echos nesta quarta-feira (2). Já o Libération foca na guerra de desinformação ou "intox" travada pela mídia russa, sob o controle de Vladimir Putin. 

Hackers entram em ação no conflito entre Rússia e Ucrânia. Quem vai vencer a guerra da informação?
Hackers entram em ação no conflito entre Rússia e Ucrânia. Quem vai vencer a guerra da informação? © Internet
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Do site do Kremlin sendo retirado do ar a tentativas de roubo de senhas de diplomatas em Kiev, os ataques suspeitos ou comprovados estão aumentando, à medida que o conflito armado se intensifica no solo ucraniano. Os ciberataques visam objetivos estratégicos semelhantes aos das operações terrestres, analisa o diário Les Echos.

Desde o primeiro dia da invasão russa, apoiadores ucranianos escondidos atrás do simbólico Anonymous – um coletivo informal de hackers – alegaram ter tornado os sites do governo russo inacessíveis.

Já o governo ucraniano formou um "exército de computadores" de civis voluntários aos quais atribuiu cerca de 30 alvos, entre eles sites oficiais, portais de mídia, bancos russos e o navegador Yandex, sediado em Moscou.

Na segunda-feira (28), as páginas iniciais do portal da agência Tass e de outros sites de notícias russos estavam fora do ar. Outros ainda exibiram uma mensagem que pedia aos cidadãos russos para "cessar a loucura" de Vladimir Putin.

O número "5.300", em referência aos soldados russos já mortos em combate, segundo as autoridades ucranianas, também apareceu nas telas. O objetivo é despertar oposição ao plano do Kremlin entre os cidadãos russos.

Do lado russo, a instalação de um software de ação destrutiva em sistemas de informação ucranianos, antes da invasão, deu lugar a campanhas de phishing, principalmente no Facebook, para roubar senhas ou informações de geolocalização. Soldados e diplomatas ucranianos são particularmente visados.

Se ao contrário dos ataques terrestres, as operações online não matam civis ou soldados, elas constituem hoje o que se chama de guerra híbrida e servem ao mesmo objetivo estratégico do Kremlin: derrubar o governo ucraniano e obter a anexação de novas áreas do país. Os ciberataques, conduzidos concomitantemente com uma onda de desinformação, visam quebrar o moral do país para acelerar sua capitulação, estima uma especialista ouvida pelo diário francês.

Desinformação como arma de guerra

O jornal Libération, por sua vez, foca na televisão russa e sua "guerra suja" de desinformação ou "intox". Os programas e convidados dos canais russos testemunham a lavagem cerebral da propaganda estatal, afirma o veículo francês. Os canais estatais russos não pronunciam a palavra guerra. No horário nobre, nas emissoras Rossiya 24 ou Pervy Kanal só se fala em "ofensiva, destruição, reféns, inimigos e traidores".

"Mas os discursos inflamados dos vários apresentadores não denunciam os blindados russos nas portas de Kiev. Nem as crianças da capital ucraniana que dormem no metrô há vários dias, à espera dos mísseis russos que caem do céu. Muito menos a destruição de edifícios residenciais e vítimas civis em Kharkiv, Kherson ou Berdiansk. Tantas imagens que mantiveram o mundo atento durante seis dias", descreve o Libération.

Nas emissões de propaganda do Kremlin, os temas tratados e a linguagem utilizada são validados pela alta hierarquia. As TVs russas martelam fake news em looping 24hcritica o diário francês. 

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