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Lançamento de míssil russo relança a batalha pelo espaço, afirmam jornais franceses

Os principais jornais franceses desta quarta-feira (17) tratam do teste de um míssil espacial realizado pela Rússia há dois dias, destruindo um de seus satélites. Segundo os Estados Unidos, a operação teria colocado em risco a tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS).

Os destroços do satélite destruído por um míssil russo na segunda-feira (15) ameaçam a Estação Espacial Internacional (ISS).
Os destroços do satélite destruído por um míssil russo na segunda-feira (15) ameaçam a Estação Espacial Internacional (ISS). © NASA/Roscosmos
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"A batalha do espaço" é a manchete de capa do jornal La Croix, que afirma que o exercício foi uma "demonstração de força por parte da Rússia", em um momento de forte tensão entre Moscou e os países ocidentais. 

O diário destaca que o tiro contra o Cosmos 1408, um velho satélite soviético lançado em 1982 e que estava desativado há décadas, foi realizado sem pré-aviso. Segundo La Croix, não há dúvidas que o exercício ameaçou a segurança dos sete astronautas a bordo da ISS - quatro americanos, um alemão e dois russos - que para se proteger dos destroços, foram obrigados a se confinar em uma cápsula, cogitando a possibilidade de uma evacuação de emergência.

"O míssil russo relança a batalha pelo espaço", diz o jornal Le Figaro em sua manchete de capa. Não é à toa que diplomatas, militares e cientistas americanos denunciam um comportamento "irresponsável" por parte da Rússia. O secretário de Estado Antony Blinken lembrou, na terça-feira (16), que o perigo não ocorreu apenas durante o teste, mas, a partir de agora, os destroços do satélite russo continuarão circulando e ameaçando os astronautas da Estação Espacial Internacional, satélites e as futuras operações no espaço. 

Guerra nas estrelas

"Depois da Guerra Fria teremos uma guerra nas estrelas?", pergunta o jornal Libération. O diário teme que o espaço se torne um novo campo de batalha entre as grandes potências. A matéria lembra que ao contrário da aproximação entre os Estados Unidos e a China, o presidente russo, Vladimir Putin, não demonstra nenhuma intenção de diálogo com o governo americano. 

Para o Libération, essa escalada de tensão coloca em risco até mesmo a cooperação espacial entre os dois países, "um dos raros setores poupados pela degradação das relações bilaterais, no pior momento entre a Rússia e os Estados Unidos desde o fim da Guerra Fria". "A crise dos mísseis, na versão do século 21, não ocorrerá em Cuba, mas no cosmos", diz o jornal em editorial. "Depois da ansiedade gerada pelas mudanças climáticas, vamos ter que nos preocupar também com uma guerra no espaço?", questiona.

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