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Novo ataque com arma branca deixa dois feridos em Paris perto da antiga redação de Charlie Hebdo

Um ataque com arma branca deixou duas pessoas feridas na manhã desta sexta-feira (25) em Paris, em frente às antigas instalações do jornal satírico Charlie Hebdo, no 11° distrito da capital. Um suspeito foi detido pela polícia quando tentava fugir, perto da praça da Bastilha. Ele foi identificado pelas manchas de sangue que apresentava nas roupas. Inicialmente, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou que o incidente havia deixado quatro vítimas.

Vítima de facadas perto da antiga redação de Charlie Hebdo sendo socorrida em Paris (25/09/20).
Vítima de facadas perto da antiga redação de Charlie Hebdo sendo socorrida em Paris (25/09/20). AFP/Alain Jocard
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O ataque aconteceu às 11h45 pelo horário local, 6h45 em Brasília. Os dois feridos, que foram socorridos em estado grave mas não correm perigo de morte, segundo informações do canal BFM TV, são empregados da agência de produção de conteúdo e documentários para TV Premières Lignes, localizada no mesmo edifício das antigas instalações de Charlie. Eles estavam fazendo uma pausa na rua quando foram atingidos. Um pacote suspeito encontrado no local foi examinado pelos policiais e não contém material explosivo. Uma investigação por tentativa de assassinato foi aberta pela Procuradoria de Paris.

O primeiro-ministro francês anunciou a criação de uma célula de emergência na sede do Ministério do Interior. A região do ataque foi bloqueada pela polícia. O comércio e estações de metrô nas redondezas foram fechados. Alunos de pelo menos cinco escolas nas proximidades não podem deixar os estabelecimentos até segunda ordem.

Esse incidente ocorre no momento em que a França julga onze acusados de cumplicidade no atentado que dizimou a redação do semanário satírico em 7 de janeiro de 2015, matando 12 pessoas, incluindo os principais cartunistas da publicação e policiais (um deles estava na rua). Os réus também são acusados de envolvimento nos atentados que se seguiram, que deixaram uma policial e quatro mortos no supermercado judaico Hyper Cacher, perto da praça Nation.

Na quarta-feira passada, em virtude do processo, a redação de Charlie publicou novas caricaturas do profeta Maomé, que estiveram na origem das mortes reivindicadas pela Al Qaeda em 2015. Diante das novas caricaturas, o grupo terrorista prometeu novos atentados contra a redação do jornal satírico. O presidente Emmanuel Macron apoiou a decisão da publicação, defendendo a liberdade de imprensa vigente na França e o direito de blasfemar.

Nesta semana, a diretora de recursos humanos de Charlie, Marika Bret, que foi casada com o cartunista Charb, uma das vítimas do massacre executado pelos irmãos Chérif e Said Kouachi, recebeu ameaças de morte e foi retirada às pressas de sua casa pela polícia. Ela está sob proteção das autoridades francesas em um local desconhecido.

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