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Queda no número de hospitalizações dá esperanças à França para vencer epidemia

A França entra nesta quinta-feira (16) em seu 31º dia de confinamento com uma esperança: a queda no número de internações hospitalares devido à Covid-19 pela primeira vez desde o início do período de isolamento. Mas a menos de um mês da data prevista pelo governo para a flexibilização das restrições, ainda pairam muitas incertezas.

O número de pacientes que precisam de hospitalização diminui pela primeira vez na França desde o início de março.
O número de pacientes que precisam de hospitalização diminui pela primeira vez na França desde o início de março. AFP - SEBASTIEN BOZON
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A comunidade médica continua cautelosa com a evolução da epidemia que já causou 17.167 mortes no país desde o início de março, sendo 10.643 em hospitais e 6.524 em asilos e outros estabelecimentos médico-sociais, sem contar as mortes em casa. Se a situação nas residências para idosos não piorar, uma ligeira melhora nos hospitais parece se confirmar: o número de pacientes internados diminuiu pela primeira vez desde o início de março, com 513 menos pacientes desde terça-feira (14), mesmo que quase 31.800 pessoas continuem hospitalizadas.

Outro dado relevante é que o saldo de entradas e saídas em terapia intensiva - um indicador examinado por especialistas para programar o fim do confinamento - tem sido negativo há sete dias: 6.457 pessoas precisaram de cuidados intensos nesses serviços na quarta-feira (15) à noite, 273 a menos que na terça-feira.

Recessão histórica à vista

A recessão histórica que a França experimentará este ano e os recursos já liberados pelo governo para apoiar a economia deteriorarão consideravelmente as finanças públicas, uma escolha assumida pelo executivo.

Gastos maciços e uma receita tributária em forte declínio acentuam a crise econômica causada pela epidemia de coronavírus. O prolongamento do confinamento até 11 de maio forçou o governo a refazer as contas do orçamento do Estado para 2020.

Até agora, quase 600 mil empresas aderiram ao chamado desemprego parcial, uma medida excepcional em tempos de crise para evitar demissões em massa. Segundo dados oficiais, 8,7 milhões de franceses estão nesta situação, através da qual o funcionário recebe 84% do salário, com pagamento feito pelo governo.

O novo projeto de lei de financiamento adotado quarta-feira no Conselho de Ministros prevê um aumento do déficit público para 9% do PIB, um nível sem precedentes desde 1945, contra 3,9% previstos no primeiro orçamento já retificado, enquanto a dívida sobe para 115% do PIB. Uma situação que extrapola as regras europeias, que limitam o déficit em 3% e a dívida em 60% do PIB. De acordo com o ministro da Economia e finanças francês, Bruno Le Maire, "teremos anos antes de sair das consequências econômicas dessa crise".

 

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