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Hospital de Bordeaux inicia novo estudo clínico de quatro tratamentos precoces contra a Covid-19

O Hospital Universitário de Bordeaux (CHU) iniciou uma pesquisa clínica voltada ao tratamento precoce da Covid-19, em regime ambulatorial ou na casa dos doentes. Quatro tratamentos diferentes, incluindo um com foco na hidroxicloroquina, serão testados em uma amostra de pouco mais de 1.000 pessoas diagnosticadas com a Covid-19, mas que desenvolvem uma forma benigna da infecção viral.

Estudos sobre tratamentos e vacinas contra o coronavírus se multiplicam no mundo.
Estudos sobre tratamentos e vacinas contra o coronavírus se multiplicam no mundo. AFP/File
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O estudo "Coverage", co-produzido pelo CHU e pela Universidade de Bordeaux, envolverá pacientes residentes na região oeste da França, "homens e mulheres com mais de 65 anos, uma população particularmente afetada por infecções da Covid-19 e que apresentam um risco significativo de agravamento da doença", informou o centro universitário em um comunicado à imprensa.

O tratamento domiciliar desses pacientes, cujo estado global de saúde permite participar do ensaio clínico, visa evitar a hospitalização. As pessoas que apresentam uma forma branda da infecção normalmente são tratadas com paracetamol, para controlar a febre e aliviar dores musculares ou de cabeça, e repouso. Nesse protocolo, os pacientes vão receber outras drogas. Apesar de ficarem em casa, eles serão "rigorosamente monitorados por telefone ou por meio de ferramentas digitais", sublinhou o CHU de Bordeaux. No caso da hidroxicloroquina, até o momento a substância só recebeu autorização para uso em pacientes hospitalizados.

O estudo em Bordeaux é liderado pelo professor Denis Malvy, especialista em doenças infecciosas responsável pela unidade de Doenças Tropicais do Hospital Universitário e membro do Conselho Científico da Covid-19, grupo de especialistas que assessora o presidente Emmanual Macron nas decisões sobre a epidemia.

A unidade chefiada por Malvy recebeu no final de janeiro um dos primeiros casos da Covid-19 registrados na França, um homem de 48 anos de origem chinesa que retornou à região depois de passar por Wuhan, berço da epidemia na China. Ele teve alta após 22 dias de hospitalização e de receber um tratamento à base do antiviral remdesivir, considerado "promissor", de acordo com a equipe médica.

Primeiros resultados em um mês

Nos primeiros dias, o CHU de Bordeaux enviará "equipes móveis, compostas por um médico e uma enfermeira", para integrar os pacientes ao programa e administrar um dos medicamentos avaliados. Os médicos de família, as unidades de diagnóstico da Covid-19, os pronto-socorros e as centrais telefônicas de emergência estarão "fortemente associados ao estudo".

Um centro logístico para a condução do protocolo foi instalado em um ginásio adjacente ao Stade Chaban-Delmas, disponibilizado pela prefeitura de Bordeaux. No local serão armazenados os testes de dignóstico, kits de amostragem, smartphones para monitoramento dos doentes, computadores para análise de dados, cuidadores e pesquisadores associados ao estudo. Uma linha telefônica exclusiva, dedicada a atender chamadas dos participantes, ficará disponível para atendimento 24 horas.

Os cientistas envolvidos na pesquisa clínica acreditam que terão os primeiros retornos sobre os tratamentos testados dentro de um mês. O estudo também tem um objetivo prospectivo: "analisará as condições de saída da quarentena para essa população acima de 65 anos de idade" e "proporá caminhos para as autoridades locais e nacionais". A quarentena na França foi renovada até 11 de maio.

O programa do CHU de Bordeaux recebeu na sexta-feira passada a autorização da Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM) e uma opinião favorável de uma Comissão de Proteção Pessoal (CPP), comitê de ética consultado obrigatoriamente antes de qualquer implementação de testes terapêuticos na França. O CHU salienta que as autoridades públicas estão "interessadas no processo" e "solicitaram ao hospital e à universidade que considerem estender o estudo a outras áreas metropolitanas e CHUs franceses". Os pedidos de financiamento foram submetidos ao Ministério da Saúde e à Comissão Europeia.

Com informações da AFP

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