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Diagnóstico de câncer de rei Charles III suscita forte comoção no Reino Unido

Um comunicado divulgado na segunda-feira (5) pelo Palácio de Buckingham confirmando as suspeitas de que o rei Charles III está com câncer não foi uma surpresa, mas comoveu o Reino Unido e gerou reações no mundo inteiro. A má notícia chega nove meses depois da cerimônia de coroação do monarca de 75 anos. 

Capas dos principais jornais britânicos nesta terça-feira (6), após o anúncio do Palácio de Buckingham, na véspera, de que Charles III está com câncer.
Capas dos principais jornais britânicos nesta terça-feira (6), após o anúncio do Palácio de Buckingham, na véspera, de que Charles III está com câncer. REUTERS - TOBY MELVILLE
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"Rei Charles diagnosticado com câncer" diz o jornal The Guardian em sua manchete nesta terça-feira (6). O diário ressalta que nenhum detalhe foi dado sobre a doença do soberano e que o comunicado do Palácio de Buckingham se limitou a explicar que o problema foi detectado durante "a recente intervenção hospitalar por hipertrofia benigna da próstata". 

Em uma coluna publicada pelo diário, o jornalista Rajeev Syal afirma que o diagnóstico "deixa dúvidas" sobre o futuro de Charles no cargo. O anúncio ocorre em um momento em que a popularidade do monarca crescia e "significa que ele deve adiar seus compromissos no futuro", reitera o texto.

Os tabloides britânicos The Sun e The Mirror também trazem reportagens especiais que expressam dúvidas da população sobre como será a atuação do rei nos próximos meses. Os jornais destacam que Charles passou a noite em sua residência antes de dar início ao tratamento e que o príncipe Harry, que mora nos Estados Unidos, deve desembarcar nesta terça-feira em Londres para visitar o pai, "após o choque com o diagnóstico". 

Mensagem tranquilizadora

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, tentou tranquilizar as reações que o anúncio suscitou no país e no mundo. "Felizmente foi detectado cedo e agora todos desejam que ele receba o tratamento que precisa e se recupere de maneira completa", declarou o premiê, durante uma entrevista à BBC nesta manhã.

Sunak afirmou que tem mantido contato regular com o monarca desde que o diagnóstico foi anunciado e garantiu que a comunicação sobre os encontros semanais seguirá como de costume. "Como todo mundo, estamos chocados e tristes, e todos os nossos pensamentos são direcionados a ele e à sua família", reiterou Sunak. 

Muitos britânicos também lamentaram o diagnóstico. "É difícil para ele, depois de ter esperado tanto tempo para ser rei", disse Sarah Firisen, de 55 anos que trabalha no setor de TI, em Londres. "Como o câncer foi detectado cedo, espero que tudo dê certo para ele", reagiu Imogen Holder, de 26 anos, que trabalha com seguros na capital. 

Líderes de todo o mundo reagiram ao anúncio do Palácio de Buckingham, como o presidente americano, Joe Biden, que desejou "coragem" a Charles III e o presidente francês, Emmanuel Macron, que sublinhou sua "amizade" com o monarca e desejou sua recuperação. 

"Todos os australianos direcionam seus pensamentos ao rei Charles", afirmou o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese. Mesma reação da parte do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que desejou "um restabelecimento rápido e uma boa saúde" ao soberano britânico. 

Começo de ano difícil

O anúncio do câncer de Charles III se soma a um começo de ano especialmente difícil para a família real britânica, após a cirurgia de Kate Middleton, que deverá ficar em repouso ao menos até o final de março. A princesa de Gales foi submetida a uma operação abdominal cujos detalhes não foram divulgados.

Charles III, que sucedeu a mãe, Elizabeth II, há 17 meses e foi coroado em 6 de maio, havia anunciado em 17 de janeiro que se submeteria a uma intervenção cirúrgica devido a uma hipertrofia da próstata. Após a operação na London Clinic, onde passou três noites, o monarca voltou para casa em 29 de janeiro. O câncer foi descoberto durante a cirurgia.

A confirmação do câncer do rei coincidiu com a notícia, também na segunda-feira, do retorno do seu filho mais velho, William, às atividades públicas. William cancelou todos os seus compromissos desde 16 de janeiro para ficar ao lado de sua esposa Kate durante parte de sua recuperação.

Nos próximos dias, William e a esposa do rei, a rainha Camilla, de 76 anos, representarão a monarquia em vários eventos programados.

Já Harry decidiu visitar o pai, apesar da tensão entre eles desde que decidiu abdicar de seu título para viver com a esposa nos Estados Unidos. A imprensa britânica afirmou que o filho mais novo de Charles e Diana chegará sozinho ao Reino Unido, sem Meghan e os dois filhos, Archie e Lilibet, como na coroação do pai, em maio do ano passado.

(RFI com AFP) 

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