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Seita que distribuía alucinógenos e realizava 'rituais neo-xamânicos' é desmantelada na Espanha

Dezoito pessoas foram presas a partir de julho e nos meses seguintes em várias cidades espanholas por promover ou organizar retiros pagos nos quais os participantes consumiam substâncias psicotrópicas, como ayahuasca, peiote ou secreções de sapo ou rã kambo, sob o controle de um "guru" que se fazia passar por médico.

Consagração da bebida amazônica ayahuasca (foto ilustrativa).
Consagração da bebida amazônica ayahuasca (foto ilustrativa). Lautaro Actis e Bruno Veiga Valentim
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A polícia espanhola anunciou na quarta-feira que havia desmantelado uma organização xamânica que dava a seus seguidores substâncias alucinógenas como a ayahuasca, prometendo "melhoria da saúde física e emocional" em "centros de evolução interior".

Esses retiros ocorriam na Espanha ou em outros centros que a organização tinha na França, Itália, Irlanda, Finlândia, Romênia, Malta, México, Colômbia e Turquia, explicou a polícia em um comunicado à imprensa.

As pessoas presas, a maioria de origem latino-americana ou espanhola, estão sendo processadas por pertencerem a uma organização criminosa, crimes contra a saúde pública, tráfico de pessoas, exercício ilegal da profissão e crimes de imigração, entre outras acusações.

"Guru"

O líder da seita, que foi descrito como um "mestre espiritual ou guru", e que morreu durante a investigação, foi acusado de ofensas contra a liberdade e a integridade sexual.

A investigação começou quando a polícia detectou campanhas nas redes sociais e em alguns sites para a "celebração de rituais neo-xamânicos", que promoviam "uma melhora na saúde física e emocional dos participantes por meio do consumo de várias substâncias psicoativas".

Da Amazônia para a Espanha

O grupo tinha um centro na Colômbia onde era preparada a "ayahuasca", uma espécie de sopa alucinógena tradicionalmente preparada a partir do cipo "Banisteriopsis caapi" pelos povos da bacia amazônica ocidental.

O produto era então enviado para a Espanha por meio de "mulas" (passageiros que transportam narcóticos em suas bagagens ou os ingerem para fazê-lo), ou escondido entre outros produtos importados.

As buscas revelaram € 24 mil euros, um quilo de mescalina e mais de 60 kg de ayahuasca.

"Esse tipo de substância é geralmente usada durante cerimônias praticadas por seitas da nova era, durante rituais neo-xamânicos" e é "um instrumento usado pelo xamã" para exercer "controle coercitivo sobre o grupo", explica a polícia.

(Com AFP)

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