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Face ao aquecimento global, norte da Europa surge como alternativa para as férias de verão

Os efeitos das mudanças climáticas se fazem sentir cada vez mais na Europa. O verão passado foi marcado por recordes de temperatura em todo a região do Mediterrâneo, onde a Sardenha viu o termômetro atingir 48°C, quase igualando o recorde europeu, 49° em Siracusa, na Sicília, em agosto de 2021. Diante dessa nova situação climática, turistas europeus podem começar a deixar de lado os destinos muito quentes e se dirigir para o norte do continente, como a região do Benelux – Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

Turistas aproveitam o verão na praia de Ostende, noroeste da Bélgica (10/06/23).
Turistas aproveitam o verão na praia de Ostende, noroeste da Bélgica (10/06/23). AFP - KURT DESPLENTER
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Pierre Benazet, correspondente da RFI em Bruxelas

Essa tendência de verão é observada por agências de viagens e operadores turísticos. Alguns acreditam que turistas europeus que podem pagar poderiam escolher destinos no hemisfério sul quando o verão se tornar demasiado quente no Mediterrâneo, mas outros apostam no norte da Europa. É o caso, por exemplo, do operador turístico alemão TUI que propõe destinos de verão na Polônia e na costa belga.

Já no verão passado, muitos turistas espanhóis foram dar um mergulho em Ostende e aproveitaram a chuva e as nuvens, características da região. O recorde de temperatura na Bélgica, 41°C, data de 2019 e, desde então, o termômetro nunca mais atingiu esse nível. O normal para o verão são 20°C em julho à beira-mar e 17°C em Luxemburgo. Essas são as temperaturas do mês de julho, que é também o mês com maior precipitação na Bélgica. Resultado: a costa belga, que até agora contava sobretudo com turismo nacional, espera ver a chegada de franceses, espanhóis e italianos. E é a mesma análise para os sindicatos de turismo na região de Ardenne, na Bélgica, junto às fronteiras da França e Alemanha.

Um número recorde de estadias

O setor do turismo na região quer incentivar a vinda de turistas.  Tradicionalmente, a Bélgica atrai uma grande maioria de turistas belgas, mas também vizinhos - primeiro os holandeses, depois os franceses e os alemães.

O litoral belga também está preparado. Já Luxemburgo quer apostar no turismo ecológico e no cicloturismo. O fenômeno já é quantitativo na Bélgica, onde os pernoites já excederam os níveis pré-pandemia em 2022, com mais de 51 milhões de noites em estabelecimentos de turismo, um recorde.

A Holanda parece viver uma situação turística comparável. Por exemplo, o país recebeu o dobro de turistas espanhóis em 2023 em relação a 2022 e, globalmente, o número de pernoites excedeu os níveis pré-pandemia. Por outro lado, as autoridades holandesas também querem evitar o excesso de turismo, como em Amsterdã, onde uma das últimas medidas dissuasivas para coibir o turismo excessivo foi limitar a disponibilidade de propriedades privadas que acolhem viajantes.

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