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Tempestade de neve causa mortes e deixa milhões sem eletricidade na Ucrânia e na Rússia

Uma violenta tempestade de neve deixou 13 feridos na região de Odessa, no sul da Ucrânia, causando cortes no fornecimento de energia em mais de 1.600 cidades em todo o país. A situação levou ao fechamento de várias rodovias, segundo informações das autoridades do país, divulgadas nesta segunda-feira (27). 

Bombeiros resgatam um carro preso na neve durante a nevasca na região de Odessa, na Ucrânia, em 27 de novembro de 2023.
Bombeiros resgatam um carro preso na neve durante a nevasca na região de Odessa, na Ucrânia, em 27 de novembro de 2023. via REUTERS - STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAI
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A forte tempestade ocorre em plena guerra e em meio a temores sobre um possível ataque russo à rede elétrica da Ucrânia, neste inverno. Apelidada de “tempestade do século” pela mídia russa, os fortes ventos e a neve afetaram, neste domingo (26), regiões ocupadas pela Rússia e a Crimeia.

“Na região de Odessa, oito pessoas sofreram de hipotermia e cinco ficaram feridas pela queda de árvores”, informou o serviço estadual de emergência no Telegram.

Oleksandr Khorunzhyi, assessor de imprensa do serviço de emergência da Ucrânia, disse em uma entrevista coletiva, nesta segunda-feira, que 1.638 municípios em 17 regiões da Ucrânia ainda estavam sem eletricidade, a maioria deles na região central de Kiev e em Odessa e Mykolaiv, no sul do país.

Quase 1.700 caminhões de carga ficaram presos e 1.130 carros tiveram que ser rebocados, informou o serviço de emergência no Telegram. Doze rodovias foram fechadas e mais de 1.200 equipes de resgate participaram de uma vasta operação de limpeza de estradas.

A DTEK, maior fornecedora privada de energia da Ucrânia, disse na segunda-feira que conseguiu restaurar a eletricidade em quase 250 municípios.

“As condições meteorológicas estabilizaram, o que permite acelerar as operações de resgate (…) Até ao final do dia, esperamos libertar todas as pessoas e desobstruir as estradas principais”, disse segunda-feira no Telegram o governador da região de Odessa, Oleh Kiper.

Na capital Kiev, as autoridades municipais tiveram de substituir a maior bandeira do país, que rasgou por conta das condições meteorológicas.

Tempestade do século

A Rússia também sofre com o mau tempo. Apelidada de “tempestade do século” e “mega tempestade” pela mídia russa, os fortes ventos e a neve, que começaram no domingo (26), afetaram mais gravemente a Crimeia, uma península ucraniana anexada em 2014, o sul do país e as regiões parcialmente ocupadas de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson, na Ucrânia, de acordo com o Ministério da Energia da Rússia.

O corpo de um homem foi encontrado em Sochi, uma popular estação balneária, segundo as autoridades regionais, que recomendaram aos residentes que não se aproximassem da água.

Na Crimeia, outro homem que “observava as ondas” morreu, segundo o governo da região.

Uma pessoa também foi morta a bordo de um barco no estreito de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia, e um corpo foi encontrado em Novorossiysk, na região de Krasnodar, segundo agências russas.

Na manhã de segunda-feira, “cerca de 1,9 milhão de pessoas” estavam sem eletricidade nestas regiões “devido a condições meteorológicas desfavoráveis”, de acordo com o Ministério da Energia russo num comunicado.

Só na Crimeia, esta tempestade deixou 400 mil pessoas sem luz, segundo a empresa energética Krymenergo, citada pelas agências de notícias russas.

O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu relatos dos “desastres climáticos” e ordenou ao seu governo que tomasse medidas para ajudar as regiões afetadas, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Na região de Krasnodar, onde ficam Sochi e Anapa, centenas de árvores e estruturas metálicas das praias foram arrancadas pelo vento durante a noite de domingo para segunda-feira, ferindo pessoas, de acordo com o Ministério de Situações de Emergência da Rússia.

Em Vitiazevo, perto de Anapa, um grande cargueiro com bandeira de Belize, o Blue Shark, ficou encalhado, segundo a mesma fonte.

O Caspian Pipeline Consortium anunciou que iria suspender o carregamento de petróleo e abrigar seus petroleiros devido a “condições climáticas extremamente desfavoráveis”, rajadas de vento de até 86 km/h e ondas que atingem 8 metros de altura.

(Com informações da AFP)

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