Nobel de Literatura 2023 vai para norueguês Jon Fosse e premia o teatro
O Prêmio Nobel de Literatura de 2023 foi concedido nesta quinta-feira (5) ao dramaturgo norueguês Jon Fosse por suas “peças de teatro e sua prosa inovadoras que deram voz ao indescritível”, de acordo com o júri. Ao saber a notícia, o autor disse que estava “surpreso e grato”.
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Jon Fosse, de 64 anos, nasceu no Oeste da Noruega e vive atualmente em uma residência honorária situada nas propriedades do Palácio Real de Oslo, chamada “Grotten”.
Escritor e dramaturgo prolífico, Fosse estreou em 1983 com o romance “Raudt, svart” (Vermelho, preto) e recebeu vários prêmios ao longo da carreira, entre eles o Prêmio Internacional Ibsen, o Europeu de Literatura e o de Literatura do Conselho Nórdico. A extensa obra do autor, traduzida em mais de 40 línguas, inclui romance, teatro, poesia, livros para crianças e ensaio.
No Brasil, Fosse teve diversos espetáculos montados, entre eles “Noturnos”, “Sonho de Outono”, “Alguém Vai Vir”, “Um dia no verão” e “O nome”.
Entre os romances, “Melancolia” foi publicado pela Tordesilhas, em 2015, “É a Ales”, pela Companhia das Letras, em setembro deste ano, e ainda este mês, a editora Fósforo lançará Brancura.
Também poeta, Fosse é um dos autores mais encenados na Europa, graças a peças em que, muitas vezes, os diálogos são rarefeitos e marcam a repetição incessante de ideias.
“Estou surpreso e grato. Eu considero que se trata de uma recompensa para a literatura que visa, antes de tudo, ser da literatura, sem outra consideração”, reagiu Fosse em um comunicado.
Surpresa e gratidão
Quando soube que havia ganhado o prêmio, “estava de carro no campo, em direção do fiorde ao norte de Bergen na Noruega”, disse Mats Malm, secretário perpétuo da Academia Sueca, após o anúncio.
“Nós tivemos a oportunidade de começar a falar de questões práticas e da semana de entrega do Nobel, em dezembro”, acrescentou. A obra dele, comparada a de Samuel Beckett, compartilha a visão pessimista de seus antecessores, segundo a biografia do autor publicada pela Academia.
Com a escolha de Fosse, o júri do Nobel não surpreendeu, já que o autor liderava as listas de apostas. O teatro não tinha sido premiado pela academia desde Harold Pinter, em 2005.
(Com AFP)
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