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Maior caça ao 'monstro do Lago Ness' em 50 anos recepciona curiosos e pesquisadores na Escócia

Pesquisadores e entusiastas enfrentaram chuva neste sábado (26) para participar da maior caça a monstros na Escócia em 50 anos. Apesar de décadas de buscas sem sucesso, alguns ainda creem que 'Nessie' (carinhoso apelido do monstro) possa estar realmente escondido nas águas turbulentas do Lago Ness.

A história real ou inventada do monstro do Lago Ness segue fascinando pessoas mundo afora. Um novo estudo sugere que o esquivo monstro do Lago Ness pode ser uma enguia gigante, dada a quantidade de DNA do peixe em suas águas.
A história real ou inventada do monstro do Lago Ness segue fascinando pessoas mundo afora. Um novo estudo sugere que o esquivo monstro do Lago Ness pode ser uma enguia gigante, dada a quantidade de DNA do peixe em suas águas. AFP/File
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Drones equipados com scanners térmicos, barcos com câmeras infravermelhas e hidrofones, equipamento que permite a escuta de sons debaixo de água. Todos os meios possíveis foram utilizados para tentar desvendar o mistério que cativa o mundo inteiro há gerações.

“Não há um canto do globo onde as pessoas não tenham ouvido falar de 'Nessie', mas ainda é uma das nossas maiores questões: o que é o Monstro do Lago Ness?”, disse à AFP Paul Nixon, diretor-geral do Centro do Lago Ness, que organizou o evento com a equipe de pesquisa voluntária Lago Ness Exploração.

"Não sei o que é. Tudo o que sei é que há algo enorme no Lago Ness. Vi imagens de scanner de objetos do tamanho de um caminhão movendo-se na água", alegou.

"Pode ser um mito, pode ser real. Gosto de pensar que é algo no meio caminho entre os dois", diz Tatiana Yeboah, uma turista francesa de 21 anos, uma das poucas que enfrentaram a chuva no sábado para embarcar na busca pelo monstro lendário. Ela disse que pretende ficar alerta para detectar qualquer movimento suspeito na superfície da água.

Mais de mil avistamentos

Os pesquisadores acreditam que os scanners térmicos poderão identificar quaisquer anomalias, enquanto o hidrofone pode captar sons incomuns debaixo d’água no lago de 56 km², que tem 240 metros de profundidade.

A presença de um monstro no Lago Ness é uma lenda que remonta à antiguidade: esculturas em pedra feitas pelos pictos (grupo de povos de língua celta que viveram nas atuais regiões do norte e leste da Escócia, durante a Idade do Ferro e os primeiros períodos medievais) retratam uma fera misteriosa com barbatanas.

O primeiro registro escrito da criatura remonta a 565 d.C., em uma biografia de um monge irlandês, São Columba, enquanto o primeiro avistamento moderno de 'Nessie' foi relatado em um jornal local em maio de 1933.

Em dezembro de 1933, o jornal britânico The Daily Mail contratou um caçador sul-africano, Marmaduke Wetherell, para rastrear a criatura. O homem disse ter encontrado algumas pegadas grandes que, segundo ele, pertencuam a um animal com cerca de seis metros de comprimento.

Mais tarde, cientistas do Museu de História Natural explicaram que as pegadas foram feitas com um porta-guarda-chuvas ou com uma pata falsa de hipopótamo.

Em 1934, o médico inglês Robert Wilson tirou o que ficou conhecido como a "foto do cirurgião", uma imagem que parece representar a cabeça e o pescoço alongado de 'Nessie' emergindo da água.

A foto, publicada originalmente no Daily Mail, é uma farsa, mas impulsionou o monstro do Lago Ness ao "estrelato internacional". De acordo com o Centro do Lago Ness, mais de 1.100 avistamentos "oficiais de Nessie" foram registrados até o momento, e o monstro contribui com milhões de libras para a economia escocesa todos os anos através do turismo.

A lenda do monstro do Lago Ness ainda instiga muitos curiosos mundo afora.
A lenda do monstro do Lago Ness ainda instiga muitos curiosos mundo afora. AP

Réptil marinho?

Ao longo dos anos, cientistas e amadores tentaram encontrar evidências de um grande peixe nas profundezas do lago, enquanto alguns sugeriram que o monstro poderia ser um réptil marinho pré-histórico como um plesiossauro.

Em 1972, o Escritório de Investigação do Lago Ness realizou a maior busca no lago até hoje, sem sucesso. Em 1987, durante a Operação Deepscan, um sonar foi implantado em toda a extensão do lago. Seus organizadores afirmam ter encontrado nas profundezas um “objeto não identificado de tamanho e força incomuns”.

Em 2018, os pesquisadores conduziram um estudo de DNA do Lago Ness para determinar quais organismos vivem em suas águas. Nada jamais foi encontrado, exceto muitas enguias.

“Este fim de semana nos traz a oportunidade de explorar as águas de uma forma que nunca vimos antes e mal podemos esperar para ver o que vamos encontrar”, disse Paul Nixon.

Os organizadores trouxeram voluntários para observar qualquer movimento na água ou qualquer outra coisa inexplicável durante o fim de semana, mas devido à “demanda esmagadora” dos entusiastas, o grupo não aceita mais candidatos.

(Com AFP)

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