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Barcos superlotados de migrantes são resgatados na Itália duas semanas após naufrágio que matou mais de 70

Mais de 1.300 migrantes foram resgatados pela Guarda Costeira e pela Marinha italianas neste sábado (11) a bordo de barcos superlotados que lutavam para não afundar no Mediterrâneo central, menos de duas semanas após um naufrágio mortal na costa sul da Itália, anunciaram os serviços de emergência.

Esta foto tirada de um vídeo aéreo disponibilizado pela Guarda Costeira italiana em 11 de março de 2023 mostra um barco sobrecarregado com migrantes durante uma operação de resgate da Guarda Costeira em 10 de março de 2023 na costa da Calábria, sul da Itália.
Esta foto tirada de um vídeo aéreo disponibilizado pela Guarda Costeira italiana em 11 de março de 2023 mostra um barco sobrecarregado com migrantes durante uma operação de resgate da Guarda Costeira em 10 de março de 2023 na costa da Calábria, sul da Itália. AFP - HANDOUT
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As operações de resgate foram realizadas no mesmo dia em que o corpo da 74ª vítima - uma menina de cinco a seis anos - foi descoberto na tragédia ocorrida há quase duas semanas na cidade calabresa de Crotone, segundo a agência de notícias AGI.

A Justiça abriu uma investigação sobre essa tragédia, em especial para tentar explicar a chegada tardia do socorro. Este naufrágio chocou a Itália e gerou fortes críticas ao governo de extrema direita de Giorgia Meloni, eleita em uma linha anti-imigração.

A Guarda Costeira e a Marinha italiana enviaram vários navios na sexta-feira (10) para ajudar três barcos, que transportavam centenas de migrantes, avistados no Mediterrâneo central, uma das rotas migratórias mais perigosas do mundo.

Neste sábado, por volta das 02h00 GMT (23h de sexta-feira em Brasília), 487 migrantes foram trazidos de volta sãos e salvos ao porto de Crotone, disseram trabalhadores humanitários. Vídeos da Guarda Costeira, divulgados na sexta-feira, mostraram alguns deles no convés de um grande barco de pesca balançando em mar agitado.

Outra operação de resgate, na qual 500 migrantes foram resgatados a bordo de uma embarcação da Guarda Costeira, estava próxima do fim, segundo a mesma fonte. A agência de notícias Ansa informou anteriormente que o navio, transportando 584 migrantes, atracou no porto de Reggio Calabria, uma cidade costeira no sul da península italiana.

Um terceiro barco com 379 pessoas foi resgatado por dois barcos de patrulha da guarda costeira e os migrantes transferidos para um navio da Marinha com destino ao porto siciliano de Augusta.

Luta contra imigração ilegal

Na quinta-feira, no final de um Conselho de Ministros transferido para o sul do país, a primeira-ministra Giorgia Meloni reafirmou a determinação do seu governo em lutar contra a imigração ilegal e os contrabandistas.

Este conselho foi uma estreia fora de Roma para o Executivo de extrema direita que, desde que assumiu o cargo em outubro de 2022, multiplicou os obstáculos às operações de navios humanitários no Mediterrâneo e se envolveu em um impasse com seus parceiros europeus para obter apoio no acolhimento dos migrantes.

O Conselho de Ministros aprovou um novo decreto que aumenta as penas para os contrabandistas e cria um novo crime punível com 30 anos de prisão para os traficantes cujas operações tenham resultado na morte ou lesões das suas vítimas.

Segundo o Ministério do Interior, 17.592 pessoas desembarcaram na Itália desde 1º de janeiro, frente a 5.976 no mesmo período de 2022 e 5.995 em 2021. O número de chegadas de migrantes pela rota do Mediterrâneo central aumentou 116% em janeiro e fevereiro em comparação com 2022, segundo a Frontex, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira.

(Com informações da AFP)

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