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Trabalhadores dos metrôs de Paris e Londres fazem greve por melhores salários e mais contratações

Milhões de pessoas foram afetadas em Paris e em Londres por uma greve dos transportes públicos, nesta quinta-feira (10). Os sindicatos da França pedem aumento de salário, enquanto os do Reino Unido se opõem às reduções de custos da empresa de transportes. Os movimentos sociais se intensificam na Europa diante da inflação recorde. 

Passageiros esperam diante das portas fechadas da estação de metrô de Montparnasse, durante a greve de 10 de novembro de 2022.
Passageiros esperam diante das portas fechadas da estação de metrô de Montparnasse, durante a greve de 10 de novembro de 2022. © AFP/Alain Jocard
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Apesar de poucos metrôs circularem em Paris nesta quinta-feira, o caos esperado nos transportes públicos não se confirmou. Muitos parisienses decidiram trabalhar em casa ou pegar o dia de folga e começar mais cedo o feriado de 11 de novembro, dia em que se comemora o armistício da Primeira Guerra Mundial.

Cinco das 15 linhas que funcionam na capital estavam paradas e as outras funcionaram apenas nas horas de pico, com atrasos importantes. Somente as linhas totalmente automatizadas (sem condutor) circularam normalmente.

Nos trens que ligam Paris ao subúrbio, a situação foi mais tranquila: nove entre dez circularam.

O transporte coletivo de Paris já sofria, desde o fim da pandemia, com uma degradação de seu funcionamento, com saturação em muitas linhas e aumento do tempo de espera, devido à falta de condutores.

Os principais sindicatos da empresa de transportes parisiense (RATP) convocaram a mobilização para pedir aumento dos salários, melhoria das condições dos trabalhadores e de contratação.

Mas a RATP não prevê um novo aumento salarial a curto prazo, já que um adicional de 5,2% foi concedido este ano, de acordo com a direção da empresa, que afirmou, no entanto, que abriria negociações a partir de dezembro.

Outro motivo da mobilização é a futura reforma da previdência, com o aumento da idade da aposentadoria e o fim dos regimes especiais, como o dos condutores de metrô e trens.

Cortes de custos

Em Londres, a greve foi convocada pelos sindicatos contra os cortes de custos na empresa que opera o transporte público (TFL), o que inclui a supressão de 600 postos de trabalho nas estações de metrô e um projeto da TFL de modificar o financiamento das aposentadorias dos agentes.

O mais antigo metrô do mundo estava quase totalmente paralisado na quinta-feira de manhã, com a maior parte dos trens totalmente estacionados e algumas linhas funcionando com serviço reduzido. Somente Elizabeth Line, inaugurada em maio, circulava quase normalmente com somente algumas estações fechadas no centro da capital.

Alguns habitantes da cidade optaram por trabalhar em casa, mas muitos usaram bicicletas, carros e ônibus, que estavam lotados.

O metrô de Londres transporta em tempo normal até 5 milhões de passageiros por dia, mas foi abalado por várias greves nos últimos meses.

Afundado pela pandemia, a TFL concluiu, no fim de agosto, um acordo de financiamento com o governo, que não cobre, no entanto, as necessidades da empresa.

O Reino Unido enfrenta o aumento dos movimentos sociais em um contexto de inflação recorde e de crise do custo de vida. Na quarta-feira (9), enfermeiras votaram por uma greve nacional sem precedentes para pedir melhores salários.

(Com informações da AFP)

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