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Queda de Liz Truss afunda Reino Unido em crise profunda – econômica e política

Liz Truss está na capa dos principais jornais franceses desta sexta-feira (21). Cabisbaixa – durante o anúncio da demissão - ou de costas, logo após deixar o cargo, na véspera. 

No máximo três deputados conservadores poderão se candidatar, oficialmente, à sucessão de Liz Truss no cargo de primeira-ministra britânica, em disputa a ser decidida pelos deputados e, possivelmente, pelos membros partidários, conforme as regras apresentadas nesta quinta-feira (20) pelo Partido Conservador.
No máximo três deputados conservadores poderão se candidatar, oficialmente, à sucessão de Liz Truss no cargo de primeira-ministra britânica, em disputa a ser decidida pelos deputados e, possivelmente, pelos membros partidários, conforme as regras apresentadas nesta quinta-feira (20) pelo Partido Conservador. AFP - DANIEL LEAL
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“Abandonada pelos deputados de seu partido, a primeira-ministra resistiu apenas 44 dias em Downing Street. Uma instabilidade inédita, no momento em que o poder de compra dos britânicos desmorona”, diz Le Monde. Uma despedida, “à sua maneira um pouco robótica, sem emoção aparente”, acrescenta o jornal. 

A morte da rainha Elizabeth II paralisou as ações do governo durante duas semanas. Na sequência, a premiê anunciou um ‘miniorçamento’ e redução de impostos considerada irrealista pela maioria dos economistas. Em poucos dias, o projeto provocou um cataclismo nos mercados, “destruindo a reputação de competência econômica dos conservadores e, sobretudo, inflacionou os empréstimos imobiliários de milhares de britânicos”, diz Le Monde

As saídas dos ministros das Finanças, Kwasi Kwarteng, e do Interior, Suella Braverman, tornaram o governo Truss ingovernável, com apenas uma saída: a da porta.

Ideologia ultraliberal

O jornal Le Figaro especula sobre o perigo de contágio da crise financeira britânica. “Liz Truss foi expulsa pelos mercados, vítima de sua ideologia ultraliberal. Mas as repercussões dessa tempestade do outro lado do Canal da Mancha podem se espalhar”, alerta o diário conservador. 

“A demissão de Liz Truss acalma os mercados, mas o mal está feito”, afirma o jornal econômico Les Echos. “Apesar do alívio, não há como dissipar o medo diante dos estragos massivos em 45 dias de poder. O Banco da Inglaterra não tem mais meios de sustentar a libra esterlina e nem de aumentar muito mais as taxas, sob o risco de espalhar o caos”, acrescenta. 

Até o dia 28 de outubro um novo primeiro-ministro deverá tomar posse. “O quinto em seis anos”, lembra Libération. “A saída de Liz Truss merece o prêmio do ridículo”, diz o jornal. 

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