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Novo Parlamento se reúne na Itália e extrema direita tenta formar maioria para combater recessão

O Parlamento formado após as eleições legislativas italianas de 25 de setembro, vencidas pela extrema direita, se reúne pela primeira vez nesta quinta-feira (13), iniciando o processo de formação de um novo governo que provavelmente será liderado por Giorgia Meloni, chefe do partido neofascista Irmãos da Itália.

A partir da esquerda: Matteo Salvini da Liga, Silvio Berlusconi do Forza Italia, o Fratelli d'Italia representado por Giorgia Meloni e Maurizio Lupi, do Noi Con l'Italia, no comício de encerramento da coalizão da direita em Roma, na quinta-feira, 22 de setembro de 2022.
A partir da esquerda: Matteo Salvini da Liga, Silvio Berlusconi do Forza Italia, o Fratelli d'Italia representado por Giorgia Meloni e Maurizio Lupi, do Noi Con l'Italia, no comício de encerramento da coalizão da direita em Roma, na quinta-feira, 22 de setembro de 2022. © AP Photo/Gregorio Borgia
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O partido neofascista Irmãos da Itália (Fratelli d'Italia, em italiano), liderado por Giorgia Meloni, ganhou 26% dos votos. Mas, para ter uma maioria absoluta no parlamento, precisa do apoio da Liga, também de extrema direita, de Matteo Salvini, e do partido que reivindica a centro-direita, o Forza Italia, de Silvio Berlusconi.

As três partes têm estado há dias envolvidas em negociações nos bastidores para compartilhar as pastas ministeriais no futuro governo, que enfrenta muitos desafios, incluindo a crise energética causada pela guerra na Ucrânia e a alta inflação que afeta as famílias e empresas italianas.

"Não podemos perder tempo, a situação da Itália não é fácil", disse Meloni aos repórteres na quarta-feira (12) antes de mais uma reunião com Salvini e Berlusconi, cujos partidos obtiveram 9% e 8% dos votos, respectivamente.

Os membros do Senado e da Câmara devem eleger seus respectivos presidentes a partir desta quinta-feira. O processo deve ser concluído até, no máximo, sexta-feira (14).

Sobrevivente do Holocausto discursa no Senado

Uma sobrevivente do Holocausto, Liliana Segre, de 92 anos, presidiu a primeira sessão do Senado, enfatizando o "valor simbólico" de sua presença. Em 1938, ela foi expulsa de sua escola por ser judia, "neste mês de outubro marcando o centenário da marcha sobre Roma, que foi o início da ditadura fascista".

A senadora veterana fez seu discurso diante de seus 200 colegas, incluindo Matteo Salvini e Silvio Berlusconi, o bilionário de 86 anos de idade que retornou ao Senado, do qual foi expulso em 2013, após ser condenado à inelegibilidade.

Recessão em 2023

Outro evento simbólico que marca a primeira reunião do Parlamento foi a posse de um italiano de origem marfinense, Aboubakar Soumahoro, que chegou de terno e botas de borracha cheias de terra em homenagem aos trabalhadores agrícolas estrangeiros explorados na Itália. Muitos morreram nos campos de grão, vítimas do calor e do cansaço.

Uma vez eleitos, os presidentes das câmaras parlamentares se reunirão com o presidente da República, Sergio Mattarella, como parte das consultas institucionais que ele deve realizar antes de nomear um novo chefe de governo. As reuniões serão um "primeiro teste" num contexto de "alta tensão" entre os três aliados, disse o diário Il Corriere della Sera na quinta-feira.

O jornal La Repubblica, de esquerda, disse que os líderes da coalizão não estavam "preparados" para governar. Ao final de suas consultas, Mattarella deve confiar a tarefa de formar um governo a Giorgia Meloni, que se tornaria assim a primeira mulher na história italiana a se tornar presidente do Conselho.

Discrição

Giorgia Meloni, 45 anos, tem permanecido discreta desde sua vitória eleitoral, comunicando-se principalmente através de redes sociais.

Embora ela tenha sido Ministra da Juventude no executivo liderado por Silvio Berlusconi, entre 2008 e 2011, seu partido, o Irmãos da Itália, que obteve apenas 4% dos votos nas eleições legislativas de 2018, não tem experiência governamental, mas tem procurado tranquilizar os mercados de sua capacidade de gestão.

O nome do futuro ministro da economia é particularmente aguardado, já que a terceira maior economia da zona do euro está se desmoronando, com uma dívida que atinge 150% do PIB. O Fundo Monetário Internacional anunciou esta semana que a Itália deveria entrar em recessão em 2023 e seu PIB cairia em 0,2%.

(Com AFP)

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