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Moscou quer referendo para anexar zonas conquistadas na Ucrânia; Kiev diz ter recuperado territórios

O partido de Vladimir Putin, Rússia Unida, propôs nesta quarta-feira (7) organizar referendos em 4 de novembro em territórios sob controle de Moscou na Ucrânia para anexá-los à Rússia. Mas o contra-ofensiva ucraniana está conseguindo recuperar territórios dos russos, o que poderia atrapalhar a votação.  

Membros do Exército ucraniano deixam a cidade de Bakhmout após enfrentar tropas pró-russas na região de Donetsk, em 7 de setembro de 2022.
Membros do Exército ucraniano deixam a cidade de Bakhmout após enfrentar tropas pró-russas na região de Donetsk, em 7 de setembro de 2022. © Ammar Awad / Reuters
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"Donetsk, Lugansk e várias outras cidades russas vão finalmente voltar a seu porto de origem. E o mundo russo, hoje dividido por fronteiras formais, reencontrará sua integridade", declarou o secretário do Conselho Geral da Rússia Unida, Andrei Tourtchak, citado pelo partido. "Seria oportuno organizar estes referendos no Donbass e territórios liberados em 4 de novembro", acrescentou Tourtchk, citado pela agência de notícias Ria Novosti. 

O secretário faz referência às regiões ucranianas de Donetsk e de Lugansk, no leste do país, reconhecidas como independentes por Moscou pouco antes do lançamento da ofensiva contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, e as regiões de Kherson e Zaporíjia, ocupadas em boa parte pelo Exército russo. 

O 4 de novembro corresponde na Rússia ao dia da Unidade nacional. A data comemora uma revolta popular do século 17 que expulsou as forças de ocupação polonesas de Moscou. 

Voto incerto

As tropas russas, que entraram na Ucrânia em 24 de fevereiro, ocupam porções de território, principalmente no sul do país e na cidade de Kherson, que tinha 280.000 habitantes antes da guerra. Separatistas pró-russos já controlam desde 2014 a maior parte das regiões de Donetsk e de Lugansk, no leste do país. 

A Rússia organizou, em março de 2014, um outro referendo na Crimeia, que levou à anexação dessa península ucraniana. 

Há meses, as autoridades de Moscou falam de um referendo para anexar as regiões invadidas à Rússia, mas a administração de Kherson disse na segunda-feira (5) que o voto era incerto de imediato, devido à contra-ofensiva realizada atualmente na região pelas forças ucranianas. 

Contra-ofensiva

O governo ucraniano anunciou na terça-feira (6) que suas forças armadas tinham atacado a região de Kherson e também o Donbass e a região de Kharkiv, no nordeste do país. Na manhã desta quarta-feira (7), diversas fontes também anunciaram que localidades no sul e no leste tinham sido liberadas das forças de ocupação pro-Moscou. 

Depois dos soldados ucranianos hastearem, no domingo, a bandeira amarela e azul no telhado do hospital de Vissokopolié, na região de Kherson, membros das forças armadas ucranianas romperam o silêncio imposto por seus oficiais e postaram nas redes sociais vídeos em lugares que estavam nas mãos do Exército russo e que haviam sido recuperados. 

De acordo com cartas do Instituto pelo estudo da guerra, um centro de estudos americano de análises (considerado uma fonte confiável de informações), o Exército de Kiev teria progredido bastante na margem esquerda do rio Dniepr, liberando uma parte do território, que poderia dividir o setor controlado pelos russos.  

À leste, uma contra-ofensiva paralela foi lançada entre Kharkiv e Izioum, de acordo com fontes próximas ao presidente Volodymyr Zelensky. 

Os responsáveis separatistas de Donetsk confirmaram que o Exército ucraniano passou a atacar localidades de Balakleia e de Volokhiv Yar, o que indica que Kiev tenta progressivamente cercar e isolar as forças russas situadas em Izioum, última grande cidade entre Kharkiv e a região do Donbass. 

Enquanto isso, o Exército russo continua a atacar os limites de Bakhmout (entre Sloviansk e Donetsk) e apesar dos bombardeios severos sobre zonas civis de Sloviansk, na maioria das frentes, os ucranianos estão conseguindo tomar o controle dos combates de maneira lenta e metódica. 

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