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"Primeiro a Polônia e a Bulgária, e depois?": Europa teme impacto de corte do gás russo

O corte no fornecimento do gás russo pela gigante Gazprom a dois países da União Europeia é o destaque na imprensa francesa nesta quinta-feira (28). O temor é sobre as consequências que essa decisão de Moscou terá sobre o bloco econômico.

Tanques de gás da gigante russa Gazprom, na península de Yamal, na região da Sibéria. Foto de 21 de maio de 2019.
Tanques de gás da gigante russa Gazprom, na península de Yamal, na região da Sibéria. Foto de 21 de maio de 2019. © REUTERS/Maxim Shemetov
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"Primeiro a Polônia e a Bulgária, e depois?", pergunta o jornal Le Parisien. O diário destaca que a justificativa dada por Moscou é que o pagamento do gás não foi feito em rublos. Desde o início de abril, o presidente russo, Vladimir Putin, exige que os países europeus quitem as dívidas na moeda nacional - "uma decisão unilateral em reação às sanções anunciadas para punir a invasão russa na Ucrânia", escreve o diário.

Mas por que a Rússia resolveu mirar na Polônia e na Bulgária? Le Parisien explica que os dois países estão fortemente mobilizados na ajuda a Kiev, fornecendo armas aos soldados ucranianos e acolhendo milhões de refugiados. 

O diário tenta antecipar quem poderia ser a próxima vítima das sanções da Rússia. A Itália, que tem uma onerosa fatura para pagar no final deste mês, pode ser a primeira da lista. Já a França, que importa cerca de 20% do gás russo, está menos exposta à "chantagem" de Moscou, avalia o jornal.

Frente europeia contra a Rússia

"Europeus se organizam e mantêm uma frente unida diante do Kremlim" é manchete do jornal Les Echos. Para o diário, os líderes europeus souberam responder com sangue-frio e determinação. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garante que a Polônia e a Bulgária serão apoiadas pelos outros países do bloco, que trabalha há semanas com o cenário de uma interrupção total do fornecimento de gás pela Rússia

Les Echos destaca que os países europeus preparam um sexto pacote de sanções em retaliação à Moscou. Além disso, no próximo mês de maio, Bruxelas deverá adotar um novo pacote para acelerar a transição energética, com o objetivo de diversificação e redução do consumo. 

Para o jornal Le Figaro, punir a Polônia e a Bulgária foi a decisão mais dura tomada até agora pela Rússia contra a União Europeia, desde o início da guerra na Ucrânia. A matéria lembra que os dois países são extremamente dependentes do fornecimento da Gazprom. Varsóvia utiliza 50% do gás natural russo; Sofia mais de 80%. 

Embora os países do bloco afirmem contar com uma reserva considerável do produto, Le Figaro não demonstra otimismo com a situação. Para o jornal, as soluções apresentadas até o momento por Bruxelas "estão longe de ser suficientes". 

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