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Scholz e Macron mostram sintonia em primeira reunião internacional do novo chanceler alemão

O presidente francês Emmanuel Macron e o novo chanceler alemão Olaf Scholz se reuniram nesta sexta-feira (10) em Paris, na primeira viagem internacional chefe do governo alemão. Os dois líderes discutiram sua visão sobre o futuro da União Europeia, em um momento em que a França se prepara para assumir a presidência temporária do bloco por seis meses em janeiro. As tensões entre Rússia e Ucrânia, a crise de migrantes na fronteira com Belarus e a relação com China e África também fizeram parte dos temas tratados.

O novo chanceler alemão, Olaf Scholz, se reuniu em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron, a etapa inicial de sua primeira viagem internacional.
O novo chanceler alemão, Olaf Scholz, se reuniu em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron, a etapa inicial de sua primeira viagem internacional. © AFP
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Fiel a uma longa tradição iniciada após a Segunda Guerra Mundial, o novo chanceler social-democrata, de 63 anos, iniciou a primeira viagem no cargo por Paris, antes de seguir nas próximas horas para Bruxelas. Depois de um almoço de trabalho no Eliseu, Macron destacou em entrevista coletiva a "sólida convergência de pontos de vista" com Scholz, assim como o "desejo" dos dois países, motores da União Europeia (UE), de trabalharem juntos e sua aposta na Europa que, em sua opinião, será necessária nos próximos meses e anos.

Um dos pontos em comum explícitos na reunião foi o compromisso do novo governo alemão de mostrar mais firmeza ante regimes autoritários. Em Paris, os líderes da França e Alemanha expressaram sua vontade de continuar mediando em conjunto a crise ucraniana, apesar do presidente russo, Vladimir Putin, parecer preferir agora como interlocutor o americano Joe Biden.

"Nossa vontade conjunta é continuar este diálogo com o presidente da Ucrânia [Volodimir] Zelenski e com Putin", acrescentou Macron, que também conversou com o líder de Kiev nesta sexta-feira.

Scholz alertou na quarta-feira que uma invasão da Ucrânia levaria a possíveis "consequências" para o gasoduto Nord Stream II entre Rússia e Alemanha, um projeto polêmico apoiado firmemente por Merkel.

Mais do que uma “repetição de Merkel”

Scholz também se reúne na capital belga com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e com os líderes das instituições da UE, Ursula von der Leyen e Charles Michel, antes da reunião de cúpula do bloco na próxima semana.

Em todos os encontros, a agenda deve abordar o avanço da pandemia de Covid-19, as tensões com a Rússia na fronteira com a Ucrânia, o boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim ou a mudança climática.

Depois de 16 anos de governo Merkel, que conheceu quatro presidentes franceses, Scholz pretende encarnar uma certa continuidade e proporcionar confiança aos sócios europeus. Mas o ex-vice-chanceler e ministro das Finanças não deseja ser apenas uma repetição de Merkel. O programa de governo da coalizão de Scholz com Verdes e liberais mostra novas ambições de Berlim para a política europeia, apostando na "evolução da UE para um Estado federal europeu" de funcionamento descentralizado.

Se a vontade de reativar as reformas europeias deve satisfazer os líderes das instituições europeias em Bruxelas, a reunião com o secretário-geral da Otan pode ter outro tom, principalmente em razão das divergências em termos de investimentos na Defesa. Se aliança transatlântica sempre demonstrou receio ante a ideia de uma evolução de um programa de defesa a nível europeu, o programa do governo alemão não faz menção ao objetivo da Otan de aumentar os gastos militares.

Sob pressão dos Estados Unidos, Merkel se comprometeu a avançar para um volume de gastos militares de 2% do PIB por ano. A nova coalizão de governo menciona apenas o objetivo de 3% do PIB incluindo a Otan, a ajuda ao desenvolvimento e à diplomacia alemã.

(Com informações da AFP)

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