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Dinamarca prolonga por mais três semanas suspensão da vacina da AstraZeneca

A Dinamarca anunciou nesta quinta-feira (25) ter prolongado por mais três semanas a suspensão do uso da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Oxford. As autoridades dinamarquesas dizem que precisam de "mais tempo" para analisar os possíveis riscos de coágulos sanguíneos relacionados ao imunizante.

As autoridades dinamarquesas querem mais tempo para analisar os possíveis efeitos colaterais relacionados à vacina da AstraZeneca/Oxford.
As autoridades dinamarquesas querem mais tempo para analisar os possíveis efeitos colaterais relacionados à vacina da AstraZeneca/Oxford. GABRIEL BOUYS AFP
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"Decidimos hoje estender nossa suspensão durante três semanas", disse em coletiva de imprensa o diretor da agência nacional de saúde da Dinamarca, Søren Brostrøm.

Segundo o responsável, é preciso "mais tempo" para descartar totalmente a relação entre alguns casos detectados de coágulos - pouco comuns, mas graves - e a vacinação com o produto da AstraZeneca.

Para Brostrøm, esse é “um princípio de precaução suplementar”, em um país onde raramente os cidadãos são contra a vacinação. “É extremamente importante para mim poder dizer que eu mesmo quero ser vacinado com esse imunizante e recomendá-lo a meus parentes, mas com todas as garantias”, reiterou.

Primeiro país a ter pausado a utilização da vacina da AstraZeneca/Oxford após o registro de alguns casos de coágulos sanguíneos, combinados a uma fraca quantidade de plaquetas e sangramentos, a Dinamarca diz estar ciente do parecer favorável da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sobre o imunizante. No entanto, também diz considerar que o regulador europeu “não exclui” a relação entre os casos registrados e o produto do laboratório anglo-sueco, o que motiva o país a continuar a investigação sobre os possíveis efeitos colaterais.

“Não estamos nos opondo à decisão da EMA, mas queremos ir mais longe. Ainda não sabemos se alguns grupos correm mais riscos, por isso queremos analisar a gravidade deste risco, se ele é aceitável e pode ser justificado”, sublinhou o diretor da agência nacional de saúde da Dinamarca.

Quase 6% da população vacinada

Na Dinamarca, 11% de seus 5,8 milhões de habitantes receberam uma dose da vacina contra a Covid-19; 5,7% já estão completamente imunizados. A prorrogação da suspensão deve atrasar ainda mais o ambicioso programa de vacinação destinado a todos os cidadãos com mais de 16 anos até julho.

A maioria dos países que pausaram a utilização do imunizante da AstraZeneca já voltaram a aplicá-lo após o parecer da EMA. Na Suécia e na Noruega, onde o produto da AstraZeneca/Oxford segue suspenso, uma decisão é aguardada em breve.

Vacina é 76% eficaz, diz AstraZeneca

A AstraZeneca afirmou nesta quinta-feira que sua vacina é 76% eficaz contra as formas sintomáticas da Covid-19. O anúncio foi feito em comunicado, após uma atualização de dados de um ensaio clínico realizado recentemente nos Estados Unidos, no Peru e no Chile.

Os resultados da "análise primária dos ensaios de fase III [da vacina] nos Estados Unidos confirmaram que sua eficácia é consistente" em relação aos dados anunciados na segunda-feira (22), disse o laboratório, em nota. A empresa também indicou que a eficiência do imunizante é de 100% na prevenção de casos graves da Covid-19, número semelhante ao anunciado há alguns dias.

O novo anúncio foi feito porque a AstraZeneca se comprometeu na terça-feira (23) a fornecer dados recentes dentro de 48 horas ao regulador dos Estados Unidos que supervisiona esses estudos clínicos, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid). O órgão criticou os dados potencialmente "desatualizados" da vacina anticovid, que anunciava anteriormente ter 79% de eficácia na prevenção de casos sintomáticos. Isso poderia, de acordo com o Niaid, levar a uma "estimativa incompleta da eficácia" da vacina.

Usada por muitos países, incluindo os da União Europeia, a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford ainda não foi aprovada nos Estados Unidos, onde as autoridades solicitaram recentemente mais dados sobre os ensaios de fase III conduzidos em seu território.

(Com informações da AFP)

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