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Alemanha/Rússia

Espionagem: assassinato de georgiano gera crise diplomática entre Berlim e Moscou

A Alemanha expulsou nesta quarta-feira (4) dois diplomatas russos. Eles são acusados de não ter "cooperado suficientemente" na investigação sobre o assassinato, em Berlim, de um georgiano e devem deixar o país imediatamente. A Rússia promete represálias contra a decisão “inamistosa e sem fundamento”.

Fachada da embaixada da Rússia em Berlim.
Fachada da embaixada da Rússia em Berlim. Reuters
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A expulsão dos dois diplomatas russos foi feita depois que o Ministério Público Federal alemão, competente em matéria de espionagem, resolveu conduzir a investigação sobre o assassinato, referindo-se a um "contexto político". A justiça alemã considera que a morte do georgiano, integrante da minoria chechena do país, foi premeditada. A vítima, identificado como Tornike K., de 40 anos, foi morta a tiros em plena luz do dia, e no centro da capital alemã, em 23 de de agosto.

A testemunhas falam em uma "execução". O principal suspeito, preso imediatamente após o crime, nas imediações do local do tiroteio, é um russo de 54 anos que possuía, no momento da detenção, documentos falsos. Preso desde então, ele foi identificado como Vadim Krasikov, 54 anos, e seria alvo de um mandado de prisão internacional de Moscou pelo assassinato de um empresário russo em 2013, informa a imprensa alemã.

Terrorista aos olhos de Moscou

Segundo o Ministério Público alemão, o assassinato de Tornike K. foi cometido "ou em nome de entidades estatais da Federação russa ou em nome da República Autônoma da Chechênia". A justiça alemã lembra que a vítima, radicada na Alemanha há alguns anos, era considerada “terrorista” por Moscou. O georgiano participou da segunda guerra da Chechênia contra a Rússia, antes de integrar uma unidade antiterrorista do ministério do Interior da Geórgia. Ele tinha ligações com setores islâmicos e foi alvo de várias tentativas de assassinato.

Berlim afirma ter tentado repetidamente, sem sucesso, obter explicações sobre este crime da parte da Rússia, como recentemente em novembro, durante um encontro entre o secretário de Estado alemão Andreas Michaelis e o embaixador russo em na Alemanha, Serguei Netchaiev. As expulsões podem ser seguidas de "outras medidas", dependendo do andamento da investigação, alertaram as autoridades alemãs.

Moscou negou formalmente estar envolvido neste caso e anunciou que tomará medidas de retaliação. “Uma análise politizada na investigação é inadmissível. Somos obrigados a tomar medidas de retorsão”, ameaçou um porta-voz da diplomacia russa.

O caso abre uma nova crise diplomática entre a Rússia e um país europeu. Moscou foi apontado como responsável pelo envenenamento de Serguei Skripal, um ex-agente duplo russo na Inglaterra, em março de 2018.

(Com informações da AFP)

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