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Holandeses vão à Grécia buscar refugiados em véspera de Natal

Enquanto a Europa ainda se divide com relação ao destino de milhares de refugiados que batem às portas do continente, sessenta voluntários holandeses chegaram a Atenas nesta segunda-feira (24) com uma missão humanitária. Depois de viajarem de carro, atravessando os Balcãs, eles reivindicam o direito de levarem 150 migrantes para o seu país.

Mulheres e crianças representam metade dos refugiados que vivem em precários acampamentos de migrantes da Grécia.
Mulheres e crianças representam metade dos refugiados que vivem em precários acampamentos de migrantes da Grécia. REUTERS/Elias Marcou
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Em frente ao Parlamento grego, acompanhados por representantes locais do movimento antirracista, os ativistas holandeses exibiram cartas escritas por milhares de seus compatriotas exigindo a transferência, para a Holanda, de refugiados que se encontram em campos superlotados na Grécia.

Uma petição recolheu quase 44.800 assinaturas de cidadãos holandeses preocupados com a situação dos refugiados, que foi apresentada ao presidente do Parlamento grego.

"Não podemos ficar em casa e ver um desastre humanitário acontecer nos portões da Europa", disse Rikko Voorberg, porta-voz do movimento que reúne diversas ONGs e cujo nome pode ser traduzido como “Vamos trazê-los aqui". Eles também escreveram uma carta ao primeiro ministro grego, Alexis Tsipras, e ao ministro da Imigração da Grécia, Dimitris Vitsas, para explicar a iniciativa.

"Nós apenas queremos que o governo holandês cumpra suas promessas de acolhimento, de 2015, e que todos os países europeus compartilhem essa responsabilidade de receber os refugiados", completou Rikko.

Tráfico ilegal de pessoas

Na semana passada, o governo holandês alertou os voluntários que as ações do grupo poderiam ser consideradas como tráfico ilegal de seres humanos.

"O transporte ilegal de estrangeiros sem visto é equivalente ao tráfico de pessoas e, portanto, passível de penalidade conforme a lei", afirmou o secretário de justiça holandês, Mark Harbers.

"Não queremos fazer nada ilegal, mas mobilizar a sociedade sobre essa questão”, respondeu Rikko Voorberg. “Os Países Baixos poderiam acomodar 1.000 refugiados, segundo um acordo bilateral com a Grécia, assim como Portugal já fez recentemente”, lembrou. “Nós temos a capacidade e o dever", concluiu.

A Holanda se comprometeu a acomodar 5.947 refugiados da Grécia e da Itália, como parte do programa europeu de acolhimento lançado durante a crise migratória de 2015, que se estendeu até setembro de 2017. Porém, somente 2.775 pessoas foram efetivamente transferidas desses países para a Holanda.

Atualmente, mais de 69.000 refugiados se encontram na Grécia, dos quais 16.000 nas ilhas do Mar Egeu, segundo dados do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (ONU). A maioria vive em abrigos superlotados e em condições insalubres.

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