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Catalunha

Da Bélgica ou da prisão, separatistas fazem campanha atípica na Catalunha

Um candidato faz discursos por videoconferência, outro manda cartas da prisão. Assim vive o separatismo catalão nesta campanha completamente atípica para as eleições regionais de 21 de dezembro.

O líder catalão deposto Carles Puigdemont aparece em uma tela durante uma reunião de seu partido "Junts per Catalunya" em Barcelona, Espanha 15 de dezembro de 2017
O líder catalão deposto Carles Puigdemont aparece em uma tela durante uma reunião de seu partido "Junts per Catalunya" em Barcelona, Espanha 15 de dezembro de 2017 REUTERS/Albert Gea
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Carles Puigdemont e Oriol Junqueras, presidente e vice-presidente do governo catalão, embargado por Madri, foram forçados a pensar em alternativas à campanha eleitoral tradicional a partir destes locais, de onde disputam a presidência da região, mas com possibilidades escassas, dada sua situação judicial.

O primeiro, na Bélgica, será detido se voltar à Espanha, e o segundo já está preso. Em ambos os casos, eles são acusados de rebelião, sedição e malversação por impulsionar o processo de separação que culminou na frustrada proclamação de uma república independente.

Tribunais e tuítes

Depois que Madri assumiu a tutela da autonomia catalã, Puigdemont decidiu ir, no fim de outubro, à Bélgica, país conhecido por receber diversas personalidades em exílio, a fim de demostrar que na Espanha estão submetidos a um "julgamento político".

"A estratégia de pôr o foco na cena internacional finalmente foi útil", escreveu exultante de Bruxelas, um dia após a Justiça espanhola retirar a ordem europeia de extradição contra ele e quatro ex-conselheiros de seu governo.

Reivindicando ser "presidente legítimo" dos catalães, o candidato do Juntos por Catalunha, uma coligação de membros do seu partido PDeCAT com separatistas, começou seu retorno ao cenário eleitoral, se reaproximando dos ex-parceiros do ERC.

"Nós votamos ERC, mas nosso presidente é o Puigdemont", disse Eli Baró, de 40 anos, procedente de Pineda de Mar, na manifestação que reuniu 45.000 separatistas em Bruxelas em 7 de dezembro.

Puigdemont participa das disputas da campanha por videoconferência, com tuítes diários e algumas entrevistas à mídia catalã.

Cartas e ligações

A situação da ERC é pior, com Junqueras preso desde 2 de novembro. "Nossa capacidade de influência dos cidadãos é muito reduzida. Não podemos ir a debates, nem dar entrevistas, nem ir a programas de televisão", lamenta seu braço direito, Raül Murcia.

A principal participação do candidato é escrever artigos da cela, que envia por carta a seus assessores. Mas "é esmagadoramente complicado fazer campanha", admite Murcia.
A coordenação é difícil, já que, da prisão de Estremera, perto de Madri, ele só pode fazer dez ligações por semana, de cinco minutos cada. "Destas, oito são para sua mulher e uma para mim", explica.

Os dois partidos independentistas competem pelo mesmo grupo de votos, e o pacto de não agressão, firmado no início da campanha, já se evaporou, com ataques diretos entre os candidatos.

Interferência externa

Enquanto isso, o Equador advertiu o fundador da WikiLeaks, Julian Assange, para não interferir na crise separatista da Catalunha, disse o presidente do Equador, Lenin Moreno, em uma entrevista publicada no domingo.

 Assange, que está escondido na embaixada do Equador em Londres nos últimos cinco anos, irritou o governo central da Espanha ao acusá-lo de repressão.

O ministro espanhol das Relações Exteriores, Alfonso Dastis, afirmou que Assange estava "tentando interferir e manipular" a crise catalã depois que o australiano se encontrou com um proeminente figura pró-independência catalã.

(Com informações da AFP)

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