Papa Francisco oferece almoço a milhares de excluídos na Jornada Mundial dos Pobres
O papa Francisco convidou neste domingo (19) para uma missa e um almoço no Vaticano milhares de pessoas excluídas socialmente. Ele quis compartilhar com elas a primeira Jornada Mundial dos Pobres. Na missa celebrada na Basílica de São Pedro, o papa pediu aos fiéis que lutem contra a indiferença em relação aos mais necessitados.
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"Temos talentos, somos talentosos aos olhos de Deus. Portanto, ninguém pode se considerar tão pobre ao ponto de não poder dar nada aos demais", disse Francisco, perante 7 mil pessoas reunidas no Vaticano. Cerca de 4.500 pessoas foram convidadas por Francisco enquanto carentes, que passam por privações como a falta de um teto para morar.
"Não fazer nada de mal não basta. Deus é um pai em busca de seus filhos a quem confiar seus bens e seus projetos", acrescentou o argentino. De acordo com Francisco, "a omissão perante os pobres também é um pecado". "Isso tem um nome preciso: indiferença. É como dizer 'isso não é problema meu, é culpa da sociedade", explicou.
Em sua mensagem, o papa argentino lembrou que os pobres, em sua fragilidade, são dotados de uma força salvadora. "Apesar de terem pouco valor ante os olhos do mundo, são eles que nos abrem o caminho para o céu", completou.
Após a missa, o papa almoçou com 1.500 necessitados em uma sala do Vaticano. Outras 2.500 pessoas comeram nas cantinas das diferentes instituições pontifícias nas redondezas. A jornada tem como objetivo incentivar os católicos a reagir contra o que a Igreja classifica de "a cultura do descarte e do esbanjamento".
Clínica médica na Praça de São Pedro
Desde que foi eleito em 2013, Francisco se comprometeu com "uma igreja pobre para os pobres", por isso costuma criticar o acúmulo de riquezas em mãos de poucos privilegiados e denunciar as crescentes desigualdades registradas no mundo. Iniciativas semelhantes foram realizadas em todas as dioceses da Itália e do mundo.
Na Praça de São Pedro foi aberta neste domingo uma clínica médica gratuita para ajudar os desamparados. Homens e mulheres são acolhidos por voluntários em caminhões especialmente habilitados e têm acesso a exames de cardiologia, dermatologia, ginecologia e doenças infecciosas.
Fome volta a aumentar no mundo
Em outubro passado, o papa Francisco falou da fome no mundo na sede na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Roma, onde denunciou "a atitude de indiferença - em nível pessoal, das instituições e dos Estados - em relação a quem morre de fome ou sofre de má nutrição.
Segundo o último informe da FAO, a fome voltou a aumentar no mundo, já que afeta 815 milhões de pessoas, 11% da população do planeta. O aumento se deve em grande parte à proliferação dos conflitos violentos e às mudanças climáticas.
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