Por 52% votos a favor, Reino Unido deixa União Europeia
Por 51,9% a 48,1% dos votos, segundo resultados definitivos, o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia no plebiscito realizado nesta quinta-feira (23), após 43 anos de integração no bloco. O resultado tem o efeito de um terremoto nos mercados financeiros internacionais.
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As bolsas mundiais se preparam para um dia de forte turbulência. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou o pregão em baixa de 7,92%. A libra esterlina já perdeu 10% de seu valor em relação do dólar, a maior depreciação dos últimos 30 anos.
Segundo projeções das corretoras de valores, a bolsa de Paris deve abrir o pregão em queda de 10%, Frankfurt a -9,3% e Londres a -8,7%. A onda de choque deve se propagar a Wall Street, que já antecipou uma queda de 4% na abertura das operações. Ontem à noite, a City de Londres antecipava uma permanência do Reino Unido no bloco, daí o choque brutal nas praças financeiras mundiais.
O Banco da Inglaterra divulgou uma nota afirmando que tomará as medidas necessárias para garantir a estabilidade da libra. A instituição está em contato com outros grandes bancos centrais e com o Tesouro britânico para agilizar as medidas de socorro aos mercados.
Um dos personagens centrais do Brexit, Nigel Farage, líder do partido independentista Ukip, declarou que a Europa está morrendo. "Espero que tenhamos derrubado o primeiro tijolo do muro e que este seja o primeiro passo de uma Europa de nações soberanas". O líder eurocético pediu a demissão do primeiro-ministro David Cameron, para a formação de um governo de ruptura que "deve negociar o mais rapidamente possível a saída do Reino Unido da União Europeia".
O presidente francês, François Hollande, fará uma reunião de emergência às 9h (4h em Brasília) para avaliar o impacto da decisão dos britânicos. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que hoje "é um dia triste para a Grã-Bretanha e para a União Europeia".
De acordo com os tratados europeus, a saída do Reino Unido será um processo longo, de vários anos. Nos próximos dois anos, o país continuará representado nas instituições europeias.
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