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Linha Direta

Brexit é um novo golpe para uma União Europeia debilitada

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O resultado do plebiscito no Reino Unido caiu como uma bomba em Bruxelas. O Brexit é um novo golpe para uma União Europeia já debilitada pela crise migratória e financeira, além da ameaça crescente de terrorismo. Agora, os dirigentes europeus precisam mostrar com urgência qual o rumo a seguir.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, durante coletiva após o Brexit. Bruxelas, 24 de junho de 2016.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, durante coletiva após o Brexit. Bruxelas, 24 de junho de 2016. REUTERS/Francois
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Assim como depois de um divórcio, é preciso seguir em frente. Foram 43 anos de vida em comum, mas daqui em diante a União Europeia terá que planejar seu futuro sem a presença da Grã-Bretanha. As consequências são difíceis de prever.

As repercussões do Brexit serão discutidas em várias reuniões ao longo desta sexta-feira e dos próximos dias. Com a vitória do Brexit, França e Alemanha disseram que a única opção viável seria a saída irreversível do Reino Unido do bloco. 

O primeiro esboço de um novo projeto europeu será discutido pelos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e do Conselho Europeu, Donald Tusk, na manhã desta sexta-feira em Bruxelas. O Banco Central Europeu deve ativar seu plano de contingência para tentar acalmar os mercados financeiros internacionais, que vivem uma dia de forte turbulência. Com a vitória do Brexit, a libra esterlina caiu para a menor cotação dos últimos 31 anos em relação ao dólar.

Brexit era o pior cenário para a UE

Certamente, a primeira resposta ao Brexit será a autopreservação da imagem do projeto europeu. Na próxima Cúpula Europeia, nos dias 28 e 29 de junho, os chefes de Estado e governo dos 27 países do bloco vão querer mostrar que, apesar do furacão, existe uma determinação em continuar, até mesmo com uma Europa mais integrada. Desde que a União Europeia foi criada, esta é a primeira vez que um dos seus membros decide sair. Uma das grandes questões será definir como será o futuro relacionamento entre o Reino Unido e o bloco.

Ao renunciar na manhã desta sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que seu país “deve buscar um novo primeiro-ministro”. Restar saber quem será o político que vai oficializar a saída do país e ativar pela primeira vez o artigo 50 do Tratado de Lisboa. A partir desse momento, os britânicos terão dois anos para deixar a UE. Os chefes da diplomacia dos seis países fundadores do bloco – Alemanha, França, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo – vão se reunir neste sábado (25) em Berlim para avaliar as consequências do Brexit.

Vitória do Brexit fortalece partidos de extrema-direita na Europa

O grande medo de que o Brexit pudesse causar um efeito dominó na Europa fica mais concreto com o resultado do plebiscito no Reino Unido. A reação dos políticos nacionalistas e populistas da Europa foram imediatas.

Ao saber da vitória do Brexit, o líder da extrema-direita holandesa pelo Partido da Liberdade, Geert Wilders, exigiu um referendo sobre a saída da Holanda da UE. Na França, a líder ultradireitista da Frente Nacional, Marine Le Pen, também reivindicou a realização de um plebiscito semelhante na França e nos outros países da União Europeia. Em sua conta do Twitter, Le Pen felicitou os britânicos e escreveu “viva a liberdade”.

Para evitar uma reação em cadeia dos eurocéticos, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, vai se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi o primeiro em Bruxelas a reagir ao voto britânico. “É um momento histórico, mas não para reações histéricas” afirmou. Tusk ressaltou estar ciente do “quão sério e dramático este momento é politicamente”.

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