Acessar o conteúdo principal

Terrorista Breivik, que matou 77, inicia processo contra Estado norueguês

O terrorista de extrema-direita Anders Behring Breivik, autor do massacre que matou 77 pessoas na Noruega em 2011, fez uma saudação nazista nesta terça-feira (15) no início do processo que move contra o Estado, que acusa de tratamento desumano e degradante na prisão.

Anders Behring Breivik faz saudação nazista no início do processo
Anders Behring Breivik faz saudação nazista no início do processo REUTERS/Lise Aserud/NTB
Publicidade

Depois de ter entrado no ginásio da prisão de Skien, no sul da Noruega, transformado em tribunal para a ocasião, Breivik voltou-se para os jornalistas e, em seguida, estendeu o braço direito, sem pronunciar uma única palavra.

Desde que foi condenado a 21 anos de prisão, prorrogáveis de forma indefinida, em 2012, Breivik, de 37 anos, cumpre a pena em presídios de segurança máxima. Ele ficou preso, primeiramente, em Ila, a oeste de Oslo, e agora está em Skien, ao sul da capital norueguesa.

Não é a primeira vez que Breivik faz a saudação nazi ao entrar em um tribunal. No julgamento em que foi condenado, em 2012, o autor confesso do massacre já tinha realizado o gesto de extrema-direita.

Manifesto do criminoso nazista criticava o Brasil

Em seu manifesto delirante, racista e xenófobo de 1.518 páginas divulgado na Internet dias após o crime, o genocida nazista norueguês citou o Brasil como um "catastrófico" exemplo de miscigenação que não deve ser seguido.

No texto "A European Declaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083), Brejvik defende que os conservadores europeus se unam através de uma combinação de "luta armada e democracia" para combater o avanço da miscigenação nos próximos 70 anos. Caso contrário, o continente seguiria um modelo de "bastardização, muito similar ao do Brasil".

Segundo Brejvik, a miscigenação cultural brasileira resultou em uma falta de coesão nacional, o que teria tornado o país "permanentemente disfuncional" e seria responsável pelos altos índices de corrupção, falta de produtividade e eterna disputa entre "culturas conflitantes". O manifesto também afirma que o Brasil jamais poderá alcançar um grau de coesão social e harmonia similar aos dos países escandinavos, da Alemanha, do Japão e da Coreia do Sul.

"A miscigenação contribuiria para a aniquilação dos nórdicos"

No manifesto, Brejvik conclui que, se a Europa adotasse uma abordagem similar ao Brasil em termos de miscigenação, o resultado seria "devastador" e contribuiria para o "genocídio" e "aniquilação" do que ele chama de "povos indígenas nórdicos". O atirador ainda afirma que o resultado só seria pior se o "Islã fosse adicionado à mistura".

Anti-comunista e de extrema-direita assumido, Brejvik diz que a miscigenação brasileira é um resultado da "Revolução Marxista" e também afirma que os marxistas europeus que defendem a mistura de etnias devem ser confrontados.

O manifesto ainda cita o acidente com Césio-137 em Goiânia, o golpe militar de 1964, que ele afirma ter contado com a intervenção americana, e a proclamação da República em 1889. No total, o Brasil foi citado 12 vezes durante o texto.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.