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Israel/União Europeia

Israel ameaça bloquear ajuda europeia aos palestinos

O governo israelense ameaçou nesta segunda-feira (30) cessar a cooperação nos projetos europeus que favorecem os palestinos da Cisjordânia. O anúncio, feito após a suspensão de contatos diplomáticos com a União Europeia (UE) sobre o conflito israelo-palestino, é uma resposta à decisão de Bruxelas de exigir a etiquetagem dos produtos fabricados nas colônias judaicas dos territórios ocupados.

O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, disse que "Europa deveria se envergonhar".
O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, disse que "Europa deveria se envergonhar". REUTERS/Dan Balilty/Pool
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A reação israelense terá pouco impacto do ponto de vista diplomático, já que o processo de paz está bloqueado desde 2014. No entanto, do ponto de vista financeiro, as consequências podem ser mais graves, já que a ajuda europeia aos palestinos depende, em parte, da cooperação com o governo israelense, e que a Autoridade Palestina não exerce plenos poderes na Cisjordânia. Um exemplo é o da chamada “zona C”, uma área totalmente administrada pelo exército de Israel, e onde cerca de cem projetos europeus, cujo orçamento representa € 10 milhões, devem ser realizados.

Essa recente tensão entre Bruxelas e as autoridades israelenses começou em 11 de novembro, quando a Comissão Europeia adotou "a notificação interpretativa sobre a indicação de origem de mercadorias provenientes dos territórios ocupados por Israel desde junho de 1967", na Cisjordânia e nas colinas do Golã. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, "ordenou a suspensão dos contatos diplomáticos com as instituições da União Europeia e seus representantes sobre esse assunto", segundo informou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Israel.

Europa deveria se envergonhar, diz Netanyahu

Para Israel, a etiquetagem dos produtos fabricados nas colônias israelenses dos territórios ocupados é uma medida “discriminatória” e "a UE deveria se envergonhar", segundo palavras do premiê. "A decisão da UE é hipócrita, baseada em uma política de dois pesos e duas medidas, já que afeta apenas Israel, e não os 200 conflitos restantes ao redor do mundo", completou Netanyahu, considerando que "a etiquetagem de produtos do Estado judaico (...) desperta as piores lembranças".

Depois do anúncio da posição israelense, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, defendeu a decisão, explicando que era "técnica, e não política". A UE "não apoia, de modo algum, um boicote, ou sanções contra Israel", de acordo com nota do bloco, acrescentando que "a Comissão fornece um guia aos estados membros e aos operadores econômicos para garantir a aplicação uniforme das regras sobre a indicação dos produtos das colônias israelenses".

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