Premiê da Romênia pede demissão, criticado por incêndio em discoteca
O primeiro-ministro da Romênia, Victor Ponta, anunciou sua renúncia na manhã desta quarta-feira (4), fragilizado pelo incêndio que deixou 32 mortos e 200 feridos, na sexta-feira, em uma discoteca em Bucareste.
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Ontem à noite, entre 20 e 30 mil manifestantes foram às ruas da capital exigir a saída do premiê. Esta foi a maior manifestação ocorrida no país nos últimos 25 anos. O protesto foi convocado pelas redes sociais, passou pelo Ministério do Interior, pelo Parlamento e terminou em frente à prefeitura do distrito onde fica a discoteca.
Nesta manhã, em pronunciamento na televisão, o primeiro-ministro disse esperar que a sua demissão satisfaça a população. Os manifestantes consideram as autoridades políticas do país moralmente culpadas pelo incêndio na discoteca Colectiv.
Victor Ponta estava sob pressão há meses, acusado de corrupção. Na véspera, ele demitiu o responsável pela fiscalização de estabelecimentos comerciais, mas a medida parece não ter sido o suficiente para acalmar a revolta dos romenos.
Irregularidades
A discoteca incendiada estava instalada em uma antiga fábrica de sapatos, no centro de Bucareste. O fogo se propagou rapidamente porque o material usado no isolamento acústico era barato e de baixa qualidade. Como a boate funcionava sem diversos tipos de autorização, os três proprietários foram detidos e são acusados de homicídio culposo.
No domingo, o presidente romeno, Klaus Iohannis, defendeu uma mudança profunda na sociedade, dominada pela corrupção. "Não devemos tolerar a incompetência das autoridades nem a ineficácia das instituições", disse o presidente. "Não é possível deixar que a corrupção se desenvolva a ponto de matar", declarou o presidente, referindo-se ao fato de a discoteca não ter autorização de funcionamento dos bombeiros.
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