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Grécia

Renúncia de Tsipras: o futuro do partido Syriza em jogo

A renúncia do primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciada na noite de quinta-feira (20), é resultado da rebeldia de parte da maioria do governo no Congresso e deve jogar contra o novo plano de ajuda assinado pelo país com seus credores. Os membros mais radicais do partido Syriza exigem que o governo respeite as promessas eleitorais de janeiro de 2015, que pareciam desmoronar a cada passo das negociações.

Alexis Tsipras chega ao Palácio Presidencial para renunciar.
Alexis Tsipras chega ao Palácio Presidencial para renunciar. REUTERS/Stoyan Nenov
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Tsipras declara ter feito tudo o que seria humanamente possível para convencer os credores gregos, mas, para as alas mais à esquerda do Syriza, o mal já está feito, e o primeiro-ministro não teve forças para evitar novas medidas de austeridade, como havia prometido na eleição do início do ano.

Colaborou o fato de que as medidas detalhadas no plano recém acordado com os credores são ainda mais rigorosas que a dos acordos anteriores.

Pelo menos 40 parlamentares “rebeldes” do Syriza, que estão sendo chamados de “hold-ups”, denunciam uma suposta ameaça na soberania do país através do fundo de privatizações administrado por Atenas, mas supervisionado por instituições internacionais.

Fúria dos agricultores

A crítica ganhou força com o anúncio da venda de 14 aeroportos regionais a empresas alemãs. Para alguns, a privatização representou uma traição.

Outro fator que pesa na crítica dos rebeldes do partido e também do eleitorado de esquerda são as reformas da previdência e do mercado de trabalho, além das promessas de que não aumentaria impostos, agora esquecidas.

O aumento do imposto sobre a mercadoria deve fazer crescer o descontentamento nas próximas semanas. O imposto sobre a carne, que passou de 13% para 23%, já mobiliza os agricultores, que representam uma importante força eleitoral – o que pode pesar contra o Syriza nas eleições parlamentares antecipadas, previstas para 20 de setembro. Alexis Tsipras sabe disso, mas parece disposto a correr o risco.

 

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