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Grécia/Dívida

Premiê da Grécia anuncia referendo sobre plano de credores para 5 de julho

O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, anunciou na madrugada deste sábado (27) a realização de um referendo na Grécia no dia 5 de julho. Em discurso na TV, ele disse que fará a consulta popular para que o povo decida sobre o acordo proposto pelos credores a Atenas para liberar novos fundos ao país e evitar o calote grego. O anúncio provocou a corrida dos gregos aos caixas eletrônicos.

Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. REUTERS/Paul Hanna
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"O povo deve decidir se aceita chantagens. O referendo acontecerá em 5 de julho", declarou o primeiro-ministro em um pronunciamento em rede nacional à 01H00 do horário local (19h00 em Brasília). O anúncio foi feito horas antes da última reunião de ministros da Economia da zona do euro para tentar um acordo entre Antenas e seus credores, que acontece neste sábado em Bruxelas. A Grécia tem até o dia 30 de junho para pagar uma parcela de € 1,6 bilhão de sua dívida ao FMI e evitar uma moratória.

Durante seis meses, o governo grego, comandado pelo partido de esquerda radical Syriza, "tem travado um combate para pôr fim à austeridade e encontrar um acordo viável que respeite a democracia", disse Tsipras. "As propostas dos credores aprofundam as desigualdades sociais, desregulam o mercado de trabalho, cortam as aposentadorias, aumentam o IVA dos alimentos e têm como objetivo humilhar a todo o povo", argumentou o primeiro-ministro.

"Estamos diante de uma responsabilidade histórica para decidir o futuro do país (...), e nos próximos dias teremos que tomar decisões que afetarão as próximas gerações", disse Tsipras, que falou de sua residência em Atenas por aproximadamente cinco minutos.

Reações

No referendo do dia 5 de julho, o povo terá que dizer se é contra ou a favor "das reformas propostas pelos credores". O ministro da Reforma Administrativa, Georges Katrougalos, afirmou que "o referendo não será um sim ou não ao euro, mas ao acordo".

Já a oposição grega, liderada pelo ex-primeiro-ministro conservador Antonis Samaras, o que está em jogo é a permanência ou não da Grécia na União Europeia. Os socialistas do Pasok, contrários à realização do referendo, pedem a demissão de Tsipras.

O parlamento grego começa a debater a partir deste sábado a realização da consulta popular, que deve ser aprovada por maioria absoluta. Inquietos com as consequências do referendo, os gregos correram aos caixas eletrônicos para retirar dinheiro. As autoridades pedem calma e garantem que os bancos continuaram abertos.

Negociações em curso

A Grécia rejeitou nesta sexta-feira (26), em Bruxelas, um plano dos credores do país. FMI, Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia oferecem a Atenas € 12 bilhões até novembro, em quatro parcelas. O ministro da Fazenda, Yanis Varoufakis, estima que a proposta ameaçará ainda mais a frágil economia grega.

No entanto, Varoufakis acredita que "não há razão para que não haja um acordo hoje, no Eurogrupo. Temos o dever de encontrar uma solução". Uma fonte oficial confirmou que que o ministro da Fazenda grego participará da reunião do Eurogrupo neste sábado, dissipando as dúvidas sobre a presença da delegação do país, suscitadas após o anúncio do referendo por Tsipras.

(Com informações da AFP)
 

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