Bióloga brasileira do Greenpeace pode ser processada por pirataria na Rússia

O Comitê Investigativo da Rússia informou hoje que abriu uma investigação contra ativistas do Greenpeace por pirataria, um delito punido na Rússia com até 15 anos de prisão. Todos serão processados, independentemente de suas nacionalidades. A bióloga brasileira Ana Paula Alminhana Maciel está entre as pessoas retidas.  

A brasileira Ana Paula Maciel é mantida sob custódia após protesto pacífico no Ártico. © Greenpeace/Nick Cobbing

O barco com 29 ativistas do Greenpeace retido na Rússia chegou hoje ao porto de Murmansk, no norte do país. A chefe do setor consular da Embaixada do Brasil em Moscou, Clara Solon, já está em Murmansk para prestar a ajuda burocrática necessária à brasileira, que está entre o grupo de ativistas.

A embarcação quebra-gelos da organização ambientalista viajou até o norte da Rússia, na região do Ártico, na quarta-feira passada, para denunciar projetos de exploração das empresas petroleiras no país. Na quinta-feira à noite, os guardas de fronteira russos desceram na embarcação com um helicóptero, portando armas, e acusaram de ilegal a ação do Greenpeace. O barco começou a ser rebocado até a cidade de Murmansk em uma operação que demorou quatro dias e só terminou nesta terça-feira.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que o protesto do Greenpeace "foi provocativo e agressivo e tem a marca de atividade extremista que poderia causar a morte de pessoas e outras consequências graves".

O Greenpeace alega que os ativistas estavam protestando pacificamente, que o barco estava em uma zona especial de águas internacionais e que as autoridades russas não poderiam ter entrado na embarcação.