Papa perdoa ex-mordomo preso no escândalo do VatiLeaks

Bento 16 foi pessoalmente anunciar o indulto a seu ex-mordomo, na manhã deste sábado, 22 de dezembro de 2012. O encontro aconteceu numa sala do Vaticano, ao lado da cela onde Paolo Grabiele estava preso desde outubro, quando foi condenado a 18 meses de prisão pelo roubo de documentos secretos.

Paolo Gabriele (centro) no momento de seu julgamento, em outubro de 2012. REUTERS/Osservatore Romano

Paolo Grabriele, de 46 anos e pai de 3 crianças, foi imediatamente solto e pôde voltar para casa. Ele passou 117 dias na prisão do Vaticano. O escândalo, conhecido como VatiLeaks, começou em maio quando o mordomo do papa foi detido pela polícia após ter roubado e transmitido à imprensa documentos confidenciais de Bento 16.

O julgamento aconteceu em outubro. Gabriele, que justificou o roubo dizendo que “queria provocar um choque para colocar a Igreja no bom caminho”, foi condenado a 18 meses de prisão. A notícia do indulto foi dada pelo porta-voz do Vaticano. “Num gesto paternal, o papa visitou Gabriele para confirmar seu perdão, anunciar o indulto e o fim de sua prisão”, disse o porta-voz.

Apesar do perdão, Paolo Gabriele será banido do Vaticano, perderá seu trabalho e não poderá mais morar no pequeno Estado. Mas as autoridades locais prometeram que vão ajudar o ex-mordomo a encontrar um novo emprego e a começar uma nova vida fora do Vaticano.

Na manhã deste sábado, Bento 16 também concedeu indulto a um segundo funcionário do Vaticano, Claudio Sciarpelletti, suposto cúmplice de Paolo Gabriele. Este técnico em informática havia sido condenado no mês passado a dois meses de prisão, com direito a sursis, por seu envolvimento no escândalo do VatiLeaks.