Merkel e Hollande confrontam suas divergências sobre crise na Grécia

A chanceler alemã Angela Merkel recebe o presidente francês François Hollande nessa quinta-feira. Durante um jantar em Berlim, os dois líderes vão tentar encontrar uma resposta comum ao pedido do governo grego de aumento do prazo para cumprir as medidas de austeridade impostas em troca de ajuda financeira. França e Alemanha divergem sobre o tema. 

Angela Merkel recebe François Hollande nessa quinta-feira em Berlim. AFP PHOTO / POOL / FRANCOIS NASCIMBENI

Márcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim.

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande vão tentar nesta quinta-feira dar sinais de unidade. O principal assunto da reunião em Berlim é o futuro da Grécia. O porta-voz do governo alemão já acenou que as diferenças entre Paris e Berlim continuam grandes, sobretudo no que diz respeito à ajuda a Atenas e às medidas para vencer a crise na zona do euro.

Um tema que deve ser debatido é o pedido do governo grego de um aumento nos prazos para as reformas econômicas. O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, tem esperança de conseguir um adiamento de dois anos no prazo para retorno ao equilíbrio das contas públicas de gregas.

A chanceler Angela Merkel já deixou claro que é contra uma renegociação do plano de ajuda à Grécia, afirmando que os parceiros europeus, inclusive os gregos, devem cumprir seus compromissos para que a Europa não venha a perder credibilidade. Já a posição da França parece ser mais flexível.

Mas o encontro dessa quinta-feira entre Merkel e Hollande já começa com um sinal de pouca unidade. Após a reunião, nenhuma entrevista coletiva conjunta dos dois líderes está prevista, como ocorre normalmente. Dessa vez, Hollande deve falar somente com a imprensa francesa na embaixada da França em Berlim, enquanto Merkel conversará com jornalistas na sua sede de governo. Consta que a líder alemã transferiu a coletiva posterior à reunião para uma sala menor, na qual a mídia francesa não conseguiu lugar. Isso fez Hollande decidir falar para a imprensa de seu país na embaixada francesa.