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Grécia/ eleições

Líderes europeus sugerem a gregos não escolherem a esquerda

Líderes europeus pediram que os gregos rejeitem os esquerdistas radicais que ameaçam romper os termos do pacote de resgate da economia da Grécia, caso vençam as eleições parlamentares de domingo - um resultado que poderá abalar os mercados financeiros em todo o mundo.

Pôster em parada de ônibus de Atenas pede para gregos participarem de eleições deste domingo.
Pôster em parada de ônibus de Atenas pede para gregos participarem de eleições deste domingo. REUTERS/Pascal Rossignol
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Encabeçando uma onda de descontentamento no país, o líder do partido esquerdista Syriza, Alexis Tsipras, de 37 anos, disputa o poder com base na promessa de rejeitar os termos punitivos do pacote de 130 bilhões de euros se for o vencedor da disputa eleitoral deste domingo. Do lado da direita, o líder do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, de 61 anos, diz que essa medida iria levar à saída do país da moeda única e condená-lo a uma calamidade econômica ainda maior.

Diante da perspectiva de um resultado apertado, os líderes europeus usaram toda a sua força neste sábado para pedir aos gregos que votem com a cabeça. A chanceler alemã, Angela Merkel, alertou que o pacote de resgate acertado não será renegociado.

"É por isso que é tão importante que as eleições gregas conduzam preferencialmente a um resultado no qual aqueles que vão formar um futuro governo digam: ‘'sim, nós manteremos os compromissos firmados’'", disse Merkel em um encontro de seu partido, a Democracia Cristã.

O presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, afirmou que haverá graves consequências se o Syriza sair vitorioso. "Se a esquerda radical vencer, algo que não pode ser descartado, as consequências para a moeda única são imprevisíveis", disse Juncker, que chefia o grupo de ministros de Finanças da zona do euro, em declarações ao jornal austríaco Kurier. "Nós teremos de conversar com qualquer governo. Somente posso prevenir contra a saída da moeda única. A coesão interna da zona do euro ficaria em perigo."

Também o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, fez um apelo neste sábado por maior união fiscal e política na Europa e pediu aos gregos que mantenham o que foi definido. “Estou convencido de que a Grécia vai permanecer na zona do euro e cumprir seus compromissos”, afirmou o premiê.

Tsipras declarou que os credores da Grécia estão blefando quando ameaçam cortar os fundos se o país renegar os termos do pacote de resgate - aumento de impostos, perda de empregos e cortes de salários que contribuíram para condenar o país a uma recessão recorde. O representante da esquerda diz que a zona do euro não irá permitir a saída da Grécia do bloco, temendo a pressão que isso imporia a duas economias muito maiores, a Espanha, que acabou de obter um resgate de 100 bilhões de euros para seus bancos, e a Itália, que poderá ser o próximo a buscar ajuda.

A eleição de domingo é uma nova votação parlamentar, já que a realizada em 6 de maio resultou num impasse no qual o Syriza, partido que é uma coligação de esquerda até então à margem na política grega, obteve o segundo lugar nas urnas.

Pesquisas de opinião divulgadas duas semanas atrás, quando foi imposta uma proibição legal para divulgação de sondagens, indicavam o Syriza e a Nova Democracia praticamente empatados. A previsão é que nenhum dos dois conseguirá vencer com folga, o que conduzirá a conversações para uma coalizão de governo. O resultado dominará uma reunião do Grupo dos 20, no México, na segunda e terça-feira.
 

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