Terremoto na Itália deixa 7 mortos e 5.000 desabrigados
Na manhã desta terça-feira, na região de Emilia Romagna, no norte da Itália, o primeiro-ministro Mario Monti foi vaiado por um grupo de pessoas durante uma visita aos desabrigados. As vaias foram uma forma de manifestar revolta com o plano de austeridade do governo. Monti esteve ontem em Ferrara, uma das maiores da região, atingida no domingo pelo terremoto de 5,1 na escala Richter.
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Gina Marques, correspondente da RFI na Itália
O governo italiano vai decretar estado de emergência para dar cobertura financeira, socorro e assistência às pessoas e empresas afetadas pelo terremoto do domingo passado.
Má notícia, a terra não deve parar de tremer tão cedo, na região. Desde domingo, foram mais de 120 réplicas, algumas muito fortes, cuja magnitude superou 4 graus da escala Richter. Os tremores agravam o perigo de novos desabamentos.
Além dos 7 mortos e 47 feridos, o terremoto deixou quase cinco mil desabrigados. Pela segunda noite consecutiva, centenas de pessoas dormiram em abrigos temporários providenciados pelas autoridades. Nas várias cidades atingidas, a proteção civil instalou tendas com camas, mesas e cadeiras. Muitos preferiram dormir dentro dos próprios carros para vigiar as casas e protegê-las de eventuais saqueadores, mas considerando que a previsão indica que os tremores podem durar semanas, estas pessoas já começam a aceitar a ideia de dormir em abrigos.
Patrimônio devastado
Os danos ao patrimônio artístico e cultural são enormes, com diversos castelos e igrejas destruídos ou com suas estruturas abaladas. Os especialistas ainda não forneceram uma avaliação com valores oficiais.
A associação dos fabricantes de queijo parmesão estima um prejuízo de 200 milhões de euros. Trata-se de uma das regiões mais industrializadas e povoadas do país. Como em outros terremotos na Itália, há polêmica sobre as construções recentes que desabaram, provavelmente porque não respeitaram as normas antissísmicas. Um exemplo: dos sete mortos deste último terremoto, três eram operários que trabalhavam em uma fábrica quando o teto desabou sobre eles. A fábrica foi construída há doze anos. Segundo os geólogos, a Itália sofre cerca de 2.000 terremotos por ano. Metade da península corre alto risco. Mesmo assim, a Itália ainda carece de prevenção e de construções antissísmicas.
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