Atenas sofre pressão de Merkel e Sarkozy sobre plano de rigor
Nicolas Sarkozy e Angela Merkel ameaçaram, nesta segunda-feira, privar a Grécia dos fundos prometidos pelos europeus em 2011 caso o país não firme logo um novo plano de austeridade. Sarkozy declarou que é necessário resolver a crise grega “de uma vez por todas”, enquanto Angela Merkel estima que “o tempo corre para Atenas”.
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O presidente francês acredita que um acordo nunca esteve tão próximo de ser firmado e que os parâmetros do novo plano estão “sobre a mesa”. “Nossos amigos gregos devem assumir suas responsabilidades votando as reformas às quais eles se engajaram. A Alemanha e a França dizem aos nossos amigos gregos que agora é preciso decidir e que não haverá o desbloqueamento de fundos se as decisões não forem tomadas”, completou.
O presidente francês sugeriu aos gregos que sigam o exemplo do presidente do conselho italiano Mario Monti para combater o individamento de seu país. “Este é o caminho a seguir, não há outro caminho”.
Paralelamente, Merkel declarou que deseja que a Grécia permaneça na zona do euro, mas que ela não imagina um novo plano de ajuda ao país se não houver acordo com a troika.
Reunião adiada
A reunião dos três partidos gregos aliados ao governo de Lucas Papademos para firmar um acordo de um novo plano de austeridade que deveria acontecer nesta segunda-feira foi transferida para amanhã. A equipe do primeiro-ministro grego não informou a razão do adiamento com a aliança governamental formada pelos chefes do partido socialista, Georges Papandreou, conservador, Antonis Samaras, e de extrema direita, Georges Karatzaferis. Em contrapartida, as discussões com a troika formada pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu devem acontecer ainda hoje.
As novas reformas impostas pela União Europeia e pelo FMI têm a finalidade de evitar a saída do país da zona do euro. A situação de crise no país é agravada ainda mais com o anúncio de greve geral para esta terça-feira depois que o governo grego anunciou a intenção de reduzir os salários de 20% a 30%.
O objetivo de Papademos é de encontrar um consenso entre partidos e troika sobre as novas modalidades do plano de austeridade grego. Para desbloquear os 130 bilhões de euros, como previsto em outubro de 2011, e reforçar as operações contra os 100 bilhões de euros de dívida grega, a União Europeia exige o engajamento explícito de Papandreou, Samaras e Karatzaferis. Os líderes estariam reticentes em acordar medidas impopulares que podem agravar a recessão no país.
Depois de cinco horas de discussões com os líderes dos partidos gregos no domingo, Papademos constatou a necessidade de um grande volume de economias (1,5 pontos do PIB), a prática de reformas que diminuam os custos de produção e um esquema de recapitalização dos bancos. No entanto, a imprensa europeia aponta que as últimos cortes de gastos devem se concentrar nas aposentadorias, salários e demissões no setor público.
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