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Suíça / Escândalo

Envolvido em escândalo, diretor do banco central suíço pede demissão

O presidente do banco central suíço, Philipp Hildebrand, anunciou nesta segunda-feira sua demissão, em consequência de um escândalo relacionado a operações de compra de moeda estrangeira que comprometeu sua reputação.

O ex-presidente do banco central suíço, Philipp Hildebrand, durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, em Berlim.
O ex-presidente do banco central suíço, Philipp Hildebrand, durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, em Berlim. REUTERS/Pascal Lauener
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"Consciente da situação crítica que o nosso país está enfrentando atualmente e levando em consideração a responsabilidade que representa minha função de presidente [do banco central], tomei a decisão de pedir demissão com efeito imediato", declarou Philipp Hildebrand durante uma entrevista coletiva à imprensa em Berna.

O escândalo começou com revelações sobre transações financeiras efetuadas por sua esposa, Kashya Hildebrand, uma ex-corretora de câmbio que se tornou galerista. Aproveitando-se do enfraquecimento do dólar em relação ao franco suíço, ela comprou cerca de US$ 500 mil no dia 15 de agosto do ano passado.

O problema decorre do fato que no dia 6 de setembro o Banco Nacional Suíço fixou uma taxa de câmbio mínima para o franco suíço, o que fez aumentar muito o valor do dólar. O casal vendeu seus US$ 500 mil em outubro com um lucro de mais de CHF 60 mil, o equivalente a mais de R$ 115 mil. A imprensa suíça considerou que se trata de um abuso de informação privilegiada.

Hildebrand desmentiu no entanto que havia efetuado ele mesmo essas transações, como afirmaram os jornais suíços. Ele disse que só ficou sabendo da compra de dólares realizada por sua mulher após os fatos.

"Eu não sou capaz ce dar uma prova irrefutável que minha mulher transmitiu a ordem relativa à operação do dia 15 de agosto sem o meu conhecimento", admitiu Hildebrand. Ele acrescentou que dava sua "palavra de honra de que esse era o caso".

Ao deixar o comando do banco central suíço, Philipp Hildebrand abandona também suas outras funções, sobretudo a vice-presidência do Conselho de Estabilidade Financeira, uma organização de reguladores e instituições encarregadas de reformar o sistema bancário internacional.

O banco central suíço comunicou que "lamenta a decisão e as circunstâncias" que levaram à sua saída e especificou que o vice-presidente, Thomas Jordan, vai assumir a presidência da instituição por enquanto.

O banco também alertou que vai continuar a defender "com grande determinação" a taxa de câmbio mínima de CHF 1,20 por € 1 decidida em setembro para estimular suas exportações, uma das medidas mais importantes decididas por Philipp Hildebrand.

 

 

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