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Euro/Crise

Bolsas despencam na perspectiva de falência da Grécia

As bolsas de valores asiáticas e europeias abriram a semana no vermelho. O índice Nikkey da bolsa de Tóquio fechou em queda de 2,31% e Hong Kong com -4,21% nesta segunda-feira. Agências de classificação de risco financeiro ameaçam rebaixar a nota de bancos europeus detentores de títulos da dívida grega, diante dos rumores de falência da Grécia.

Na última sexta-feira, o euro atingiu seu mais baixo valor nos últimos seis meses.
Na última sexta-feira, o euro atingiu seu mais baixo valor nos últimos seis meses. REUTERS/Pascal Lauener
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Já existe consenso na Europa em torno da ideia de que a dívida grega é impagável. Assim, os governos da zona do euro se preparam para prestar socorro aos bancos em caso de calote grego.

Numa conjuntura a cada dia mais sombria, o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizélos, anunciou neste domingo um corte adicional de despesas de 2 bilhões de euros, para sinalizar aos mercados que a Grécia está empenhada em cumprir as medidas de rigor em contrapartida ao pacote de 160 bilhões de euros, o segundo em um ano e meio, que deveria salvar o país da bancarrota.

Mas entre os europeus, a falência da Grécia não é mais um tabu. As medidas de austeridade adotadas por Atenas cortam na raiz as perspectivas de crescimento do país, e sem aumento da arrecadação o governo grego não tem outra saída a não ser se endividar mais e mais.

Antecipando a possível falência da Grécia, a Alemanha já trabalha com esse cenário catastrófico, segundo a imprensa francesa, embora oficialmente o governo alemão negue um calote grego. Socorrer os bancos que dispõem de títulos gregos em suas carteiras passou a ser a palavra de ordem para evitar um efeito dominó no sistema bancário mundial.

O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, apresentou na manhã desta segunda-feira, em Bruxelas, um relatório sobre a situação das finanças públicas nos países da zona do euro. Em 2012, a dívida dos países que adotam a moeda única europeia deve atingir 88,7% do PIB, contra 83,3% na União Europeia, o que deve representar o ápice da crise. Antes da crise dos subprimes nos Estados Unidos, o endividamento na zona do euro representava 66,3% do PIB e 59% na União Europeia.

Ações de bancos perdem a metade do valor em dois meses

A semana começou com um vendaval nas bolsas. As agências de classificação de risco financeiro devem rebaixar a nota de seis bancos europeus cujas ações perderam mais de 45% do valor em dois meses. Entre eles estão os três maiores bancos franceses: Société Génerale (-58,89%), Crédit Agricole (-49,95%) e BNP Paribas (-45,36%). Outros bancos na corda bamba são os italianos Unicredit (-49,90%) e Intesa SanPaolo (-49,84%) e o inglês Barclays (47,77%). 

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, estimou no sábado que seriam necessários, no mínimo, 200 bilhões de euros para recapitalizar os bancos que emprestaram dinheiro aos países endividados da zona do euro.

Itália acelera adoção de medidas de austeridade

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou hoje que o plano de austeridade da Itália será adotado definitivamente até a próxima quarta-feira. O plano, que já recebeu sinal verde do Senado, prevê uma economia de 54,2 bilhões de euros para o país atingir a meta de reequilibrar seu orçamento em 2013 e reduzir sua dívida pública.

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