Eurodeputados criticam controle de fronteiras no espaço Schengen
O projeto de restabelecer temporariamente o controle policial nas fronteiras dos 25 países integrantes do espaço Schengen foi duramente criticado nesta terça-feira por todos os partidos representados no Parlamento Europeu.
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A iniciativa lançada pela França, e que já conquistou o apoio da Itália e da Alemanha, gerou um debate acalorado nesta terça-feira entre os eurodeputados em Estrasburgo. Da esquerda à direita, os líderes das bancadas do Parlamento Europeu foram unânimes nas críticas à medida, destinada a conter o fluxo migratório criado com as revoltas populares nos países do norte de África.
O eurodeputado francês Joseph Daul, líder do Partido Popular Europeu, maior força política do Parlamento, de tendência conservadora, declarou que "a solução aos problemas de imigração na Europa não é o o cada um por si nem a construção de uma fortaleza" no bloco.
O líder da bancada liberal-democrata, o deputado belga Guy Verhofstadt, afirmou que seu partido é contra o projeto e denunciou "um jogo político" orquestrado pela Itália e a França.
O líder da bancada socialista, o deputado alemão Martin Schultz, afirmou estar chocado com a ideia. Schultz destacou o aspecto impopular da medida, que criaria enormes filas de espera nos postos de fronteira além de prejudicar a circulação dos trabalhadores nas regiões fronteiriças, que hoje atravessam de um país para o outro rapidamente.
O projeto de restabelecer o controle nas fronteiras no interior do espaço Schengen partiu da França, que bloqueou a entrada em seu território de milhares de imigrantes tunisianos munidos de documentos de permanência temporária concedidos pela Itália. Desde a queda do ditador tunisiano Ben Ali, em janeiro, cerca de 25 mil tunisianos chegaram à Itália com a intenção de se estabelecer na França. O bloqueio do governo francês abriu uma crise diplomática entre Paris e Roma. Para resolver o "imbroglio", os governos francês e italiano lançaram a ideia de reforçar o controle nas fronteiras a fim de facilitar a expulsão dos imigrantes para seus países de origem.
A estratégia europeia diante dessa nova onda de imigração africana será apresentada pela comissária Cecilia Malmstrom, encarregada de questões migratórias, na reunião de ministros do Interior do bloco marcada para quinta-feira, em Bruxelas.
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