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Páscoa/Vaticano

Papa pede à Europa que receba refugiados africanos

O papa Bento 16 celebrou neste domingo a tradicional missa da Páscoa para 100 mil fiéis reunidos na praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Em sua mensagem, o papa lamentou que a alegria da Páscoa este ano esteja sendo maculada pela guerra na Líbia e fez um apelo aos países europeus para que se abram e recebam os imigrantes que fogem dos conflitos no norte da África.

Papa dá a bênção de "Urbi e Orbi" aos fiéis reunidos na praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Papa dá a bênção de "Urbi e Orbi" aos fiéis reunidos na praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano. REUTERS/Alessandro Bianchi
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Como faz duas vezes por ano, no dia do Natal e no domingo de Páscoa, o papa Bento 16 realizou a bênção "Urbi e Orbi", que significa "bênção à cidade de Roma e ao mundo", em 65 línguas, demonstrando a universalidade da Igreja. A praça São Pedro foi decorada com 42 mil flores e plantas de cores vibrantes a fim de receber os fiéis, simbolizando esperança e paz.

Na sexta missa pascal de seu pontificado, o papa de 84 anos insistiu no contraste provocado pela alegria que representa para os cristãos a ressurreição de Cristo e o sofrimento ligado à pobreza e às guerras, especialmente neste momento na Líbia.

Bento 16 lembrou que os direitos humanos devem ser respeitados nos países afro-muçulmanos e no Oriente Médio e incitou a Europa a acolher todas as pessoas que fogem dos conflitos nessas regiões do mundo. "No atual contexto, tudo deve ser feito para ajudar os que sofrem as consequências dos combates e se veem obrigados a deixar para trás seus afetos mais queridos".

"No mundo, a aleluia pascal contrasta com os gemidos e os gritos provenientes de diversas situações dolorosas: miséria, fome, doença, guerra, violência", insistiu o papa. Evocando a Líbia e os milhares de mortos este ano, no país, Bento 16 fez um apelo para que o conflito se resolva pela diplomacia e o diálogo, que devem "substituir as armas". 

Recado para Nicolas Sarkozy

O governo da Itália manifestou aos vizinhos europeus a sensação de abandono diante dos mais de 20 mil migrantes, a maioria tunisianos, que desembarcaram em seu território desde o início do ano, fugindo das ditaduras no norte da África.

Nas últimas semanas, o governo francês impediu a entrada de um grupo de migrantes em solo francês e agora ameaça suspender temporariamente os acordos de Schengen, que autorizam a livre circulação na maioria dos países do bloco europeu. O assunto deve ser discutido durante uma reunião de cúpula franco-italiana que acontece em Roma na próxima terça-feira.

Durante o sermão, o papa Bento 16 comentou que "homens de boa vontade devem ser suficientemente lúcidos para abrir seus corações e responder às necessidades dos irmãos de forma solidária e coordenada". Ele também fez um apelo pela reconciliação das comunidades na Costa do Marfim, marcadas pela violência dos últimos meses.

A semana será intensa em celebrações no Vaticano. No próximo fim de semana milhares de fiéis devem assistir à cerimônia de beatificação de João Paulo 2°.

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